Alimentação é um direito básico garantido pela Constituição – mas, para muitas famílias, a mesa ainda está vazia. Em Araucária, um passo importante foi dado com o início do Programa Compra Direta, que conecta dois lados essenciais da política pública: quem precisa de comida no prato e quem produz o alimento com o suor da terra. Simples assim – e, por isso mesmo, transformador.

Coordenado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB), em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social de Araucária, o programa segue uma lógica justa: compra-se de agricultores familiares locais e distribui-se a famílias em situação de vulnerabilidade social. Em Araucária, essa entrega é realizada por meio dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), que acompanham de perto as famílias atendidas.

Os alimentos que abastecem o Projeto Vem pra Feira – desenvolvido pela Secretaria Municipal de Assistência Social – antes eram exclusivamente oriundos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Agora, também contam com o Programa Compra Direta, ampliando o alcance e o impacto da iniciativa. Essa ação promove segurança alimentar, valoriza a produção da agricultura familiar local e fortalece as redes de proteção social. Trata-se de uma estratégia estruturante que integra assistência social, agricultura e desenvolvimento sustentável.

Um dos diferenciais do programa é permitir que as famílias escolham os alimentos conforme as suas preferências, o que incentiva hábitos mais saudáveis e reforça a autonomia e a dignidade de quem recebe. Afinal, ter o direito de escolher o que se leva para casa também é um ato de liberdade e pertencimento. Entre os itens ofertados estão arroz, feijão, pão caseiro, ovos, farinhas, doces de frutas, hortaliças e legumes – alimentos frescos e variados.

Até maio de 2026, mais de mil famílias devem ser atendidas. Mas o impacto vai muito além dos números. O que se cultiva com esse programa é a construção de um futuro mais justo e saudável, em que iniciativas como essa deixem de ser exceções e passem a fazer parte das políticas públicas de forma permanente. Porque alimentar não é apenas saciar a fome – é garantir saúde, dignidade e qualidade de vida.

Em um cenário de alta nos preços, desemprego e insegurança alimentar, programas como o Compra Direta cumprem diversas funções: geram renda no campo, fortalecem a economia local e reafirmam o papel do Estado na promoção da justiça social.

A implementação do Compra Direta em Araucária não é apenas mais um projeto. É uma escolha política por uma assistência social transformadora, que não se limita a responder emergências, mas planta soluções duradouras. Porque, no fim das contas, é sobre comida – e também sobre cuidado. E, quando o poder público escolhe cuidar de verdade, todo mundo ganha.

Edição n.º 1474.