Quase a totalidade dos comerciantes que compareceram ao anfiteatro da Prefeitura na tarde desta quarta-feira, 1º de fevereiro, para ouvir as explicações quanto à adoção do sentido único na Archelau de Almeida Torres se disse contrário à mudança. Eles temem uma quebradeira geral de seus comércios com a diminuição do movimento, como já teria acontecido da primeira vez que a via adotou o sentido centro-bairro. “Da outra vez, em pouco tempo tivemos quatorze comércios fechados e vários outros tendo seu movimento diminuído, o que gerou desemprego”, comentou um dos presentes à reunião.
O dono da Farmácia Cachoeira, por sua vez, acredita que a Prefeitura não precisaria estabelecer na Archelau uma via de vazão do tráfego. “Isto pode ser feito pelas ruas do entorno. Essa mudança é prejudicial a quem tem seu comércio na Archelau”, comentou. O presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Araucária (Aciaa), Juscelino Katuragi, afirma que a posição da entidade é sempre na defesa do comércio e que o comércio hoje não é favorável a mudança.
A principal reclamação dos comerciantes é a de que, com a Archelau tendo somente sentido centro-bairro, ela perde sua essência comercial e passa a ser apenas uma rua de vazão do tráfego. “Hoje, com a via tendo dois sentidos, os carros passam por ali em velocidade baixa, olham o comércio, se for preciso, fazem a volta e consomem. Com ela tendo somente um mão, ninguém vai querer fazer a volta na quadra para voltar comprar”, desabafou o dono de um mercado instalado na via.
Hissam propõe teste de três meses para a mão única
As manifestações contrárias à adoção do sentido único na Avenida Archelau de Almeida Torres foram tantas que o prefeito Hissam Hussein Dehaini (PPS) propôs aos comerciantes um período de avaliação da mudança.
A proposta do prefeito foi a de que, no final de abril, comerciantes e Prefeitura façam uma nova reunião para debater a retomada do binário Archelau/Bertolino.
Ele garantiu, inclusive, que se os comerciantes constatarem que houve diminuição no movimento, ele autoriza a retomada da mão dupla ou, dependendo da vontade dos comerciantes, a inversão do sentido único da Archelau. Ou seja, ao invés de centro/bairro, bairro/centro. “Ninguém aqui quer prejudicar o comércio. Eu sou comerciante e acredito que essa mudança será positiva, mas vamos fazer o teste e se daqui três meses vocês me disserem que o movimento caiu, a gente volta a mexer no sentido”, garantiu.
Texto: Waldiclei Barboza / Foto: Everson Santos