A venda de automóveis seminovos ou usados fechou o ano de 2014 com aumento de 6,3% no Paraná, com a venda de 970.521 unidades contra 912.647 em 2013, de acordo com a Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado do Paraná (Assovepar). Um dos motivos para este crescimento, apontado pela entidade, é a consciência do consumidor em relação à depreciação no valor dos 0 km e o término do IPI reduzido que poderá favorecer as vendas em 2015.
O vice-presidente da Assovepar, Antonio Gilberto Deggerone, comenta que está havendo uma nova cultura no segmento. “Temos observado um número muito grande de pessoas que migraram do novo para o seminovo, pois estão mais conscientes sobre a desvalorização que ocorre ao comprar o novo”, destaca.
O incremento nas vendas do ano passado gera também expectativas positivas para este ano. A Associação acredita que se a economia não sofrer abalos muito fortes, provavelmente haverá o registro de uma média de 5% de crescimento ao ano. Outro ponto que deve ser levado em conta para o mercado em 2015 é o fim do desconto do IPI reduzido. “Com o retorno da cobrança integral do IPI para os novos, temos mais este fator positivo para que os carros seminovos e usados continuem atrativos aos olhos e bolso do comprador”, avalia o vice-presidente da Assovepar.
Julio Cesar de Paula, proprietário de uma revendedora de automóveis seminovos no jardim Planalto, em Araucária, alerta para a desvalorização dos automóveis 0 km. “A taxa de depreciação de um novo é em torno de 10% ao ano. Já os seminovos, perdem em torno de 3 a 4% por ano”, diz. Ele também aconselha o consumidor a procurar pelo usado mais novo possível e com o preço mais justo. A expectativa do empresário é o aumento das vendas para este ano, pois os valores dos veículos novos tendem a subir notoriamente.
Já Laudecir Porto, proprietário de outra revendedora na região central do Município, recomenda o consumidor a prestar atenção em certos detalhes do carro. “É importante observar a originalidade do veículo, a quilometragem não quer dizer que o carro esteja 100%. É melhor comprar um carro com 200.000 km rodados, mas que nunca tenha sido batido, do que um com 20.000 km que já tenha sofrido colisão”, sugere. Laudecir destaca que as pessoas se iludem com esta questão da quilometragem e se esquecem de prestar atenção à documentação do automóvel, se o veículo não foi adulterado, se já não foi alagado e se já não passou por sinistro.
Texto: Rafaela Carvalho / Foto: Everson Santos