A mídia hegemônica sobrevive mais das narrativas que dos acontecimentos reais. Bate tanto em determinado assunto até provocar comoção infantilizada em gente manipulável, isto é, gente sem autonomia. Afinal sem muito controle emocional e pego de surpresa, as maiores vítimas destas armadilhas é a população frágil, pois necessitam encontrar refúgio para desabafar num “ego coletivo”, igual ocorre na política, religião e futebol, onde torcer sobrepõem a razão.
A mídia manipuladora sempre tem lado, e é o financeiro, eliminando o contraditório, de modo que o sujeito que discordar da sua opinião vira inimigo. Dali nunca espere nada, muito tempo após objetivos alcançados, talvez um curto pedido de desculpa.
Sempre tem chavões e vinhetas para facilitar o efeito manada junto à população. Quem ainda se lembra dos “Fiscais dos Supermercados” e os “Anões do Orçamento” da época do Sarney, ou do “Caçador de Marajás”, e da recente “Lava Jato”, uma elegeu Collor a outra Bolsonaro, e o que dizer então do inconsciente trocadilho “Je Suis” do Charles Hebdo que serviu para cristão lembrar que árabe continua sendo terrorista. Aliás a mega farsa do “11 de setembro”, hoje sabido, serviu de carta branca para o “ego coletivo” eliminar árabe, inclusive na Palestina, terra de “JeSuis”.
Medo, cobiça e desejo de poder estão por trás dos conflitos armados e da violência entre países, torcidas, religiões e ideologias, e também no dia a dia de cada um. Elas alimentam inimigos imaginários e distorcem a percepção que temos dos outros e de nós mesmos.
Brizola ensinava: a Globo tem lado, o do pobre é o outro, a classe média confunde tudo.
Edição n.º 1389