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Entenda o que é a septicemia, doença que mais mata no mundo

A septicemia, também conhecida como sepse, é uma das principais causas de morte em todo o mundo. O Ministério da Saúde estima entre 47 a 50 milhões novos casos anualmente – cerca de 80% deles ocorrem fora do ambiente hospitalar. Recentemente, famosos como Stênio Garcia e as cantoras Preta Gil e Madonna chamaram a atenção ao apresentarem estágios diferentes dessa infecção.

Vamos entender melhor o que é essa doença que tanto assusta a população. A médica pediatra Mariane Ritter Wodiani Hoffmann, da Clínica São Vicente, explica que a sepse pode ser definida como uma resposta sistêmica desregulada do organismo a uma doença infecciosa prévia, seja ela causada por bactérias, vírus, fungos ou protozoários causando uma disfunção orgânica. “A sepse é causada por infecções graves, tanto as adquiridas na comunidade, quanto as contraídas no ambiente hospitalar. As adquiridas na comunidade são por infecções que envolvem pulmões, vias urinárias, abdome, pele e coração. Em ambiente hospitalar, ocorre por uma variedade de situações, dentre elas procedimentos cirúrgicos em regiões mais suscetíveis – como os intestinos –, uso prolongado de dispositivos que permanecem em contato com a pele e a corrente sanguínea de uma pessoa – como cateteres e sondas –, eventuais falhas nos processos de limpeza e esterilização de artigos médico-hospitalares e até mesmo falta de adoção das práticas universais de limpeza e desinfecção por parte da equipe de saúde”, ilustra.

Assim como muitas outras doenças, a sepse provoca sintomas, entre eles febre alta ou hipotermia, calafrios, respiração acelerada ou dificuldade para respirar, taquicardia, agitação, tontura. Além dos sintomas, existem várias ferramentas disponíveis para ajudar no diagnóstico e monitoramento da sepse, incluindo a pontuação SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) e a pontuação qSOFA (quick SOFA). Exames laboratoriais, como hemograma completo, dosagem de lactato e culturas microbiológicas também são importantes para o diagnóstico e tratamento da sepse. “Porém devemos ficar atentos, porque todas as infecções podem evoluir para sepse”, alerta a pediatra.

Ainda de acordo com a Dra Mariane, a doença costuma ocorrer mais em bebês prematuros, crianças com menos de 1 ano de idade, pessoas com mais de 65 anos, usuários crônicos de drogas e álcool, indivíduos desnutridos, vítimas de traumatismos, queimaduras, vítimas de acidentes automobilísticos e ferimentos à bala, pacientes hospitalizados por períodos prolongados e indivíduos com o sistema imunológico deprimido por doenças e tratamentos, como transplantados e portadores de câncer, aids e doenças crônicas.

“A prevenção da sepse exige esforços individuais e coletivos para evitar infecções. No ambiente hospitalar, as medidas preventivas são observação rigorosa das práticas universais de limpeza e desinfecção por parte da equipe de saúde e garantia de segurança nos processos de esterilização de artigos médicos e instrumentais. Já na comunidade, a redução do risco de infecções requer a manutenção de bons hábitos individuais de higiene e saúde – desde lavar as mãos antes das refeições até dormir bem –, mas também depende da manutenção de uma boa qualidade de vida da população, com moradias adequadas, rede de esgoto e saneamento e acesso aos serviços médicos, só para citar itens básicos”, declara.

Quando diagnosticada a sepse, o tratamento precisa ser feito em unidade de terapia intensiva e, obrigatoriamente, deve combinar o uso de antibióticos por via endovenosa com suporte, baseado em medicamentos e aparelhos, para restabelecer as funções do organismo e manter os sinais vitais do indivíduo em níveis adequados – temperatura corporal, batimentos cardíacos, pressão arterial e respiração.

“Atualmente, é uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando o infarto do miocárdio e o câncer, principalmente quando evolui para choque séptico. O panorama atual no mundo é de um aumento no número de casos de sepse, ao passo que a mortalidade relacionada a ela vem caindo em todo o globo, por conta de inúmeros métodos de tratamento”, elucida a médica.

Serviço

Para agendar consultas com a pediatra Mariane Ritter Wodiani Hoffmann (CRM 43703) ou demais especialistas da Clínica São Vicente entre em contato pelo telefone (41) 3552-4000 ou WhatsApp (41) 98780-1440. A Clínica está localizada na Rua São Vicente de Paulo, nº 250, no Centro de Araucária e o horário de atendimento é de segunda a sexta das 7h às 22h, aos sábados das 8h às 19h e nos domingos e feriados das 13h às 19h.

Edição n. 1372

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