Foi através de um programa de iniciação científica, desenvolvido no Colégio Sesi Araucária, que três estudantes de Araucária criaram um projeto inovador e sustentável. Apesar de já terem concluído o ensino médio, Amanda Bueno Coutinho, Ana Vitória Oliveira de Lara e Rhuam Barbosa Lopes, todos com 18 anos, continuaram com as pesquisas, e através da participação em feiras tecnológicas, estão divulgando o “Wood Hero”, que é uma madeira aglomerada, produzida a partir de um material orgânico, nesse caso, a casca da mandioca.
O projeto foi apresentado recentemente na Ficiências – Feira de Inovação das Ciências e Engenharias, e selecionado para a Febrace – Feira Brasileira de Ciências e Tecnologias, mas por questões financeiras, os estudantes não conseguiram participar. Eles também estiveram na feira Inova Paraná, que aconteceu na semana passada. O trabalho dos estudantes foi orientado pelas professoras Ana Caroline Pscheidt e Talita Cristina Politta, desde sua criação, ainda no ensino médio.
Vantagens são inúmeras
Entre os benefícios da madeira sustentável estão a maior impermeabilidade e maior resistência contra o fogo, se comparado com uma madeira convencional; resistência a tração (pregos e parafusos); resistência a pragas e traças; não utiliza árvores para sua composição; utiliza apenas a casca da mandioca e não a parte usada para alimentação, pois a casca não tem nenhuma finalidade, não é utilizada nem mesmo para adubo por ser muito ácida e não é sazonal. Portanto, não faltaria matéria prima. Também tem o melhor custo benefício em relação ao aglomerado convencional e adere muito bem a acabamentos como laminados e tintas.
Os alunos contam que no protótipo inicial não havia tanta resistência como a que se tem hoje, e antes eles utilizavam muito mais polímero, o que tornava o custo de produção maior. No decorrer do projeto, eles encontraram algumas dificuldades, como a criação de uma chapa grande a partir da madeira feita com casca de mandioca, devido à falta de maquinário necessário para a produção em grande escala, mas depois acabaram conseguindo. Eles também se surpreenderam com o processo que ocorre quando a madeira entra em contato com a água, porque ela não a absorve imediatamente, como acontece no aglomerado convencional. Ao invés da absorção, ela entra em processo de evaporação.
Texto: Maurenn Bernardo
Foto: divulgação
Publicado na edição 1187 – 31/10/2019