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Poucos podem afirmar que jamais bateram o pé e disseram não ter mais nenhuma dúvida sobre determinado assunto. Até certo ponto, pode ser positivo a pessoa possuir convicções e defendê-las quando contestado. Afinal, se nos dedicamos ao estudo na área de conhecimento do curso que escolhemos ou nas questões que a vida nos apresenta, é porque pretendemos adquirir um conhecimento razoável sobre alguns setores. Baseado nas riquíssimas experiências vividas, quem pouco repousou o traseiro nos bancos escolares pode ter opiniões muito valiosas em assuntos de relevante importância. Estudar é uma caminhada em busca do saber, mesmo que nunca sirva para encurtar as orelhas de ninguém. O estudo eficaz é realizado sem pré-conceitos, com a mente aberta e com interesse genuíno de buscar a verdade. Tal meta, estabelecida na linha do horizonte, igualmente afasta-se de nós na medida em que caminhamos. Fica, no entanto, a importância da jornada que estamos fazendo e as experiências por ela proporcionadas. A frase atribuída ao filósofo Sócrates (469 aC – 369 aC), “Só sei que nada sei e isso me deixa em vantagem sobre os que pensam tudo saber”, até hoje é usada para mostrar que vivemos em um mundo em que muitos pensam saber um pouco, ou mesmo tudo, sobre algo. Confundimos facilmente ignorância com burrice e esquecemos que admitir o desconhecimento de um determinado assunto pode nos levar a estudos sobre ele. A revista Galileu (Editora Globo-janeiro de 2015) publicou um artigo abordando a grande frequencia com que cometemos erros, de onde destaco o trecho: “O problema é que as pessoas tomam decisões a partir do que acham que sabem, em vez de basear-se nos fatos verdadeiros que desconhecem. É o que chamamos de efeito Dunning-Kruger: a incapacidade de perceber os limites do próprio conhecimento, que leva indivíduos com menos informação a acreditarem que sabem mais do que aqueles realmente entendidos. Os portadores dessa síndrome receberam de Dunning o carinhoso apelido de “idiotas confiantes”. “Os incompetentes são frequentemente abençoados com uma confiança inadequada, afiançada por alguma coisa que, para eles, parece conhecimento.” Sempre é útil avaliarmos os temas sobre os quais pouco conhecemos, ou até ignoramos, e buscar sempre o aperfeiçoamento.

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