Araucária PR, , 19°C

Foto: Acervo Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Entre as décadas de 1920 e 1960, a iluminação pública de Araucária era feita com lampiões públicos alimentados por querosene, um funcionário da Prefeitura era encarregado de acender um por um. Conta a história, que este funcionário se chamava Isaías e que andava todos os dias com uma escada, de poste em poste, limpando a fuligem, enchendo os lampiões de combustível e ao anoitecer passava acendendo todos. Durante a noite os lampiões piscavam nos quatro cantos da praça, deixando os moradores orgulhosos porque a cidade estava iluminada.

Nessa época, muitas casas e estabelecimentos comerciais também eram iluminados com vela de sebo ou com lamparina alimentada com banha de peixe, ou querosene, algumas tinham lampião a gás.

Conforme relatos antigos, a energia elétrica entre as décadas de 20 e 60 era feita através da queima de lenha por algumas usinas. De propriedade particular, essas usinas termelétricas forneciam energia para Araucária, na região do Centro. A primeira delas ficava no terreno de esquina, entre a Avenida Victor do Amaral e a Rua Paulo Alves Pinto, onde atualmente funciona o Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres. Pertencia a Rodolpho Voss e funcionou entre os anos de 1920 a 1925, posteriormente foi vendida para Pedro e José Druszcz.

No início da década de 40, Ângelo Rigolino adquiriu a usina e construiu um novo prédio nas proximidades do Rio Iguaçu, chamada Santa Carolina, e ali modernizou a produção através da compra de novos equipamentos. Em meados dos anos 60, com a chegada da luz gerada por energia hidroelétrica e distribuída por empresa estatal, as usinas deixaram de ser uma necessidade.

Quem foi Pedro Druszcz?

Pedro Druszcz, um cidadão nascido em Lubcza, na Polônia em 1891, veio para Araucária com seus pais Valentim Druszcz e Appolônia Wojcik Druszcz e irmãos quando tinha apenas 2 anos de idade. Ele ficou muito conhecido por trazer a energia elétrica para Araucária. Em 1913, Pedro casou-se com Julia Wojcik, também descendente de poloneses, mas nascida no Brasil, filha de José e Maria Wojcik. Tiveram 9 filhos, sendo 7 homens (José, João, Francisco, Afonso, Atilio, Ceslau e Bruno) e 2 mulheres (Rosalia e Maria).

“Meu avô tinha uma serraria, nas décadas de 30 e 40 e também trabalhou como carpinteiro, além de possuir roças onde atualmente é o centro da cidade, próximo à região da rua que leva seu nome. Ele foi proprietário do terreno onde hoje está o Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres, lá funcionou a primeira usina termelétrica de energia do município de Araucária. A usina foi de propriedade do Sr. Rodolpho Voss, entre os anos de 1920 a 1925, sendo posteriormente vendida para meu avô Pedro Druszcz e José Druszcz. Anos mais tarde, ele se tornou proprietário do terreno em sua totalidade, e em 1951, o vendeu para o governo do Estado do Paraná para a construção de um posto de saúde”, relembra o médico Lucínio Grebos.

Fez-se a luz! Pedro Druszcz foi o responsável por trazer a energia elétrica para a cidade
Pedro Druszcz também trabalhou como carpinteiro

Ainda segundo ele, o avô Pedro foi um dos primeiros cidadãos araucarienses a ter um carro, era um Ford Modelo T, mais conhecido como Ford Bigode. “Foi uma pessoa muito importante para a cidade, não apenas por ter trazido a energia, mas por ser um empresário visionário, à frente do seu tempo, deixou um legado importante para a cidade”, declara.

Pedro Druszcz faleceu em Lagoa Grande, aos 67 anos, no dia 6 de dezembro de 1958, devido a um infarto, conforme consta no Livro de Registros de Óbitos de Araucária.

Edição n.º 1401

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