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Ao analisar o perfil dos políticos veremos que grande parte deles é movida pela vaidade pessoal, qualquer que seja a época histórica considerada. Ao deixar de colocar em primeiro lugar o bem comum, que é o maior bem possível para o maior número de pessoas, e direcionar seus esforços para avançar sempre mais em seu poder político e econômico entram em choque com pessoas de perfil semelhante. Nessa fogueira de vaidades passam a consumir seu potencial de promover o bem e desgastam-se no confronto de egos inflados a perseguir do poder. Não é a toa que nos admiramos que poucos encerram suas carreiras sem estar definitivamente enredados na teia de interesses pessoais que envolve a política, em todos os seus níveis. Os políticos parecem esquecer que o sucesso, particularmente quando é conquistado a qualquer preço, também tem o seu avesso e que este pode ser muito amargo. Conviver com a alta e a baixa política, com a extrema pobreza e com a extrema riqueza, sem regras firmes de boa moral, pode cobrar um preço altíssimo. Pessoas de elevado conceito pessoal podem consumir esta avaliação positiva ao mergulhar descuidadamente na política. A busca de poder a qualquer preço torna fácil esquecer o objetivo que o trabalho político deve ter: proporcionar a todos de sua comunidade, ou pelo menos para a maioria, o direito à oportunidade de livremente moldar sua vida por ação responsável e virtuosa, baseada nos valores positivos cultuados. É o interesse pessoal que move boa parte dos políticos. Essa constatação faz com que parcela significativa da população abomine a política e evite o debate sobre este tema. Não é que não existam exceções ou que se desconheça que as pessoas públicas sejam alvo fácil de calúnias ou boatos espalhados com o fim de causar-lhes prejuízo. É que as decepções são muito frequentes e trazem desânimo aos eleitores, levando-os a desacreditar na classe política como um todo. A desilusão com a política empobrece o debate e impede a população de se esclarecer adequadamente para a escolha de quem realmente merece o voto. Platão, o filósofo grego, discípulo de Sócrates dizia: “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política. Simplesmente serão governados por aqueles que gostam.”. É preciso ignorar o clarão e o calor da fogueira das vaidades a que assistimos e escolher aqueles(as) que tem o bem comum como seu ideal.

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