Depois de vencer o Campeonato Brasileiro de Karatê na categoria cadeirante, o atleta Anderson Aparecido da Silva está sonhando ainda mais alto. “Minha participação nesse torneio foi ótima e eu me tornei um atleta da seleção brasileira. Por isso, vou treinar forte este ano e torcer para lutar nas Paraolimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro”, promete.
De acordo com o sensei João Carlin Padilha, o karatê ainda não foi escolhido oficialmente como um esporte olímpico, mas as discussões não terminaram, e o Anderson ainda tem chance de realizar seu sonho no ano que vem. “Ele foi o primeiro paranaense a conquistar uma medalha de ouro no Brasileiro em sua categoria, e nossa intenção é que ele marque presença nas Olimpíadas e continue sendo um exemplo para tantas pessoas ao seu redor!”, garante.
Anderson nasceu com paralisia infantil e, sem o movimento das pernas, cresceu com diversas limitações. No entanto, a paraplegia não atrapalhava seu raciocínio e nem diminuía o gosto que tinha pelas artes marciais. “Eu sabia tudo sobre elas e gostava bastante”, conta o jovem que, sempre que podia, ia com suas muletas até o CSU para assistir, de longe, aos treinos de karatê. Por isso, o sensei decidiu convidá-lo para treinar, e hoje comemora o resultado do convite. “Atualmente o Anderson treina, dá palestras em escolas e é um exemplo para muitos, mostrando que todos têm capacidade”, garante.
Karatecas ficam em 5º lugar no Estadual
Devido aos custos, a oportunidade de participar das etapas do Campeonato Paranaense de Karatê com um ônibus repleto de atletas trazendo para casa 40, 50 e até 60 medalhas ficou no passado. Este ano, Araucária marcou presença com aproximadamente 20 karatecas por edição e ficou bem longe de conquistar o título geral.
Na terceira e última etapa que aconteceu dia 7 de novembro em Campo Mourão, por exemplo, a cidade contou com 14 representantes e conquistou 11 medalhas de ouro, cinco de prata e uma de bronze. “Não é o resultado que estávamos acostumados, mas foi bom pelo número de atletas que competiram. Sem contar que tivemos até a revelação de um novo talento na cidade, que é a pequena Emilly”, conta o sensei João Carlin Padilha. Segundo ele, a garota lutou na categoria 10/11 anos e conquistou duas medalhas de ouro.
Com esses resultados, Araucária ficou na 5ª posição geral da competição, atrás de cidades como Campo Largo e Foz do Iguaçu, e agora se prepara para os próximos desafios como os Jogos Abertos e até uma participação especial nas Paraolimpíadas de 2016.
Texto: Raquel Derevecki / FOTOS: DIVULGAÇÃO