A campanha Fevereiro Roxo foi criada com o objetivo de conscientizar a população sobre a fibromialgia e o lúpus. Ambas as doenças não têm cura e são difíceis de diagnosticar. Além disso, não há uma explicação exata sobre o que pode causá-las, nem uma forma definitiva de prevenção, já que podem estar relacionadas a fatores genéticos.
Por conta disso, é essencial que a população reconheça os sinais dessas doenças e procure ajuda médica imediatamente, principalmente se houver histórico familiar. O doutor Gustavo Koiti Kondo, médico reumatologista da Clínica São Vicente, esclarece as principais dúvidas em relação à fibromialgia e ao lúpus.
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Lúpus
O lúpus é uma doença autoimune inflamatória crônica, onde o sistema imunológico da pessoa, que deveria proteger, começar a atacar as células e tecidos saudáveis. As partes do corpo mais afetadas pela doença são a pele, as articulações, os rins, o coração e o sistema nervoso.
Segundo o doutor Gustavo, os sintomas mais comuns incluem fadiga intensa, dor nas articulações, manchas avermelhadas na pele, febre sem causa aparente, queda de cabelo, sensibilidade ao sol e problemas nos rins. A intensidade dos sintomas também varia de acordo com a pessoa, algumas apresentam manifestações mais leves, enquanto outras podem ter órgãos internos afetados.
Como mencionado anteriormente, o lúpus é difícil de diagnosticar, pois seus sintomas podem ser semelhantes a outras doenças. Sendo assim, o paciente deve passar por uma série de exames laboratoriais e testes, como de anticorpos, hemograma, exame de urina e, em alguns casos, biópsias de pele ou rim. Embora não tenha cura, a doença pode ser controlada com medicações que reduzem a inflamação e ajudam no controle do sistema imunológico. Como o lúpus se manifesta de formas diferentes em cada paciente, o acompanhamento médico regular é fundamental para definir o tratamento mais adequado.
“O lúpus pode levar a complicações sérias, especialmente se não for tratado adequadamente. Entre as mais comuns estão inflamação dos rins (nefropatia lúpica), problemas cardiovasculares, acometimento neurológico (como convulsões e alterações cognitivas), aumento do risco de infecções e osteoporose devido ao uso prolongado de corticoides”, explica o especialista.
Fibromialgia
A principal característica dessa doença é a dor crônica e generalizada pelo corpo. “Diferente de doenças inflamatórias, como a artrite, a fibromialgia não causa danos às articulações ou tecidos, mas afeta a percepção da dor no sistema nervoso”, esclarece o doutor Gustavo.
Outros sintomas incluem sensação de rigidez muscular ao acordar, fadiga intensa, distúrbios do sono, dores de cabeça frequentes, ansiedade e depressão. Em caso mais específicos, o médico comenta que alguns pacientes já apresentaram uma sensibilidade maior ao toque e alterações intestinais, como a síndrome do intestino irritável.
“Não há um exame específico para detectar a fibromialgia, mas testes laboratoriais e de imagem podem ser solicitados para descartar outras doenças com sintomas semelhantes”, afirma.
Assim como o lúpus, a fibromialgia não tem uma causa exata definida, mas pode envolver fatores genéticos. Além disso, há indícios de que a doença esteja relacionada as alterações nos neurotransmissores do cérebro, bem como a gatilhos como estresse crônico, traumas físicos ou emocionais e infecções.
O tratamento da fibromialgia não se baseia apenas no uso de medicamentos. É um conjunto de medidas, como fisioterapia, atividade física regular e terapia cognitivo-comportamental. O doutor Gustavo finaliza ressaltando que a prática de atividades que envolvem o relaxamento, como yoga e meditação, também desempenham um papel importante no controle da doença.
Serviço
A Clínica São Vicente está localizada na Rua São Vicente de Paulo, n.º 250, no Centro. Os telefones para contato são: (41) 3552-4000 ou WhatsApp: (41) 98780-1440.
Edição n.º 1452. Victória Malinowski.