A relação entre o tutor e seu pet é uma conexão de amor, e o laço entre eles é praticamente inquebrável. Quando a pessoa é afastada do seu animal de estimação, seu emocional fica abalado e ela sofre com a ausência do amigo de quatro patas. Nos casos em que o pet some de casa, é comum o tutor ficar desesperado, e essa angústia aumenta quando ele tem plena certeza que alguém levou seu bichinho pra casa, sem a intenção de devolvê-lo.
Mas afinal, como ele deve agir nessa situação? É aconselhável registrar um boletim de ocorrência? A veterinária e protetora independente, Ieda Ohpis, disse que esse tipo de caso sempre gera muita polêmica, isso porque quando o pet foge pra rua e alguém o recolhe, não chega a configurar um roubo. “Só entendemos como roubo se o animalzinho foi tirado de dentro da propriedade. A pessoa pode sim registrar um boletim de ocorrência, mas é sempre bom que tenha provas, como gravações de câmeras, fotos, algo que possa comprovar que a pessoa subtraiu o cachorro de dentro do seu imóvel. O boletim é um documento importante, principalmente se a pessoa que recolheu o animal da rua exigir recompensa para devolvê-lo”, orienta Ieda.
É preciso considerar ainda que muitas pessoas recolhem o animal da rua apenas com a intenção de protegê-lo até que o dono seja localizado. “Eu, como protetora, já resgatei vários cachorros na rua, inclusive alguns de raça. Faço foto do bichinho, depois posto nas redes sociais e envio nos grupos de whatsapp, e para entregá-lo, o tutor precisa me provar que o animal é seu, seja com uma foto ou a carteirinha de vacina. O fato de o pet reconhecer e ficar feliz com a presença do dono também ajuda bastante nessa hora”, diz.
Ieda ressalta que é imperdoável a pessoa recolher o animal da rua, já com a intenção de ficar para si. Devido a esse tipo de situação é que a veterinária recomenda a microchipagem, pois o microchip é como se fosse o RG do animal, é o documento que prova que ele está no seu nome em caso de necessidade.
“Vamos supor que eu tenha certeza que alguém roubou meu cachorro, seja ele microchipado ou não, nesse caso, devo procurar a Delegacia e registrar o boletim de ocorrência. Principalmente se minhas suspeitas recaiam sobre alguém. Porque já vi vários casos onde a pessoa pegou o cãozinho por cima do portão, principalmente quando fêmea, para tirar cria e vender os filhotes, o que configura um roubo. Daí a importância do microchip, porque tendo um suspeito e o BO, a Secretaria do Meio Ambiente acompanha o tutor até a casa da pessoa para fazer a leitura do dispositivo. Se o animal realmente estiver lá, microchipado no nome do tutor, a pessoa que o pegou será obrigada a devolvê-lo e quem terá que se explicar é ela”, diz Ieda.
Sobre a microchipagem
A Prefeitura de Araucária tem ofertado o serviço de microchipagem para gatos e cachorros de munícipes de forma gratuita. Todos os animais castrados no mutirão mensal também recebem o dispositivo, porém os tutores que optarem apenas pela microchipagem, podem solicitar o serviço pelo site da Prefeitura araucaria.atende.net (mediante login na aba MICROCHIPAGEM) ou pelo aplicativo atende.net.
Posteriormente, a equipe responsável entra em contato com o tutor avisando sobre o agendamento. A legislação municipal que ampara a microchipagem é a Lei Complementar nº 23/2020.
As informações do microchip para cachorro e gatos ficam armazenadas em um banco de dados. Para ter acesso a elas é preciso ter um leitor específico que leia o dispositivo, que é do tamanho de um grão de arroz e serve para armazenar as principais informações do pet como nome, espécie, sexo, cor, idade, raça e os dados do tutor, o que inclui endereço e contato.
Edição n.º 1432.