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O Guarda Municipal Bruno Vinicius Rodrigues com seu amigo Charlie Harper

Morre cão pioneiro do canil da GM
O Guarda Municipal Bruno Vinicius Rodrigues com seu amigo Charlie Harper

Engana-se quem pensa que cães policiais não são também de estimação. Charlie Harper, cão da raça rottweiler, conviveu desde seus 38 dias de vida com o Guarda Municipal Bruno Vinicius Rodrigues. Ele foi adestrado para trabalhar junto ao seu tutor e foi o pioneiro do canil da GM. Mas, no último domingo, 12 de fevereiro, veio a falecer deixando belas memórias para toda a corporação, como afirmaram os guardas.

Desde o dia 4 de fevereiro, Charlie, de três anos, começou a apresentar pequenos problemas de saúde. Foi medicado, internado e realizou diversos exames. Voltou para casa. Foi novamente internado. E, assim, se passaram quase 10 dias. No último domingo, o cão estava na casa do guarda Rodrigues, pois há alguns dias vinha apresentando melhora no estado de saúde. “Ele estava bem, muito ativo como sempre foi, se alimentando bem. Mas, tudo aconteceu de repente. Em questão de 30 segundos, a partir do momento em que ele começou a passar mal, aquele mal súbito não nos deu a chance de tentar trazê-lo novamente”, contou Rodrigues.

Morre cão pioneiro do canil da GM
Os Guardas prestaram continência em homenagem à Charlie durante o cerimonial

Durante sua trajetória na Guarda Municipal, Charlie participou de diversas operações, entre elas mandados de buscas e apreensão em residências, os chamados “bate-grade” na Delegacia de Polícia Civil, reintegração de posse, entre outras. A última em que Charlie esteve presente foi no confronto que aconteceu no jardim Arvoredo, em que um ônibus foi queimado.

Segundo Rodrigues, neste ano Charlie estava, de fato, iniciando sua carreira. “O adestramento dele estava totalmente em dia. Ele estava um cão mais maduro. Era muito forte e sagaz. Agora que eu ia começar a desfrutar do meu trabalho de adestramento, que começou quando ele ainda era filhote, após eu ter tido a oportunidade de participar no ano de 2013 do curso de adestramento ‘Cães de Guerra’, da polícia do exército”, relatou o guarda.

Rodrigues contou que o canil da GM começou com o Charlie. “Até 2014 ele morava na minha casa. Foi então que o apresentei ao comando da Guarda. O pessoal gostou dele e teve a ideia de então montar o canil. Na época, fizemos uma parceria com a Guarda de Curitiba, que nos ajudou muito”, afirmou. Tanta era a importância do cão para a corporação que uma foto dele, inclusive, serviu como base para ser criado o brasão do canil.

Atualmente, já com a estrutura montada para os cães, Rodrigues continua realizando outros cursos e os cachorros policiais seguem sendo adestrados por um profissional particular que tem experiência do ramo de mais de 26 anos. “Hoje contamos com mais três cães da raça pastor-belga malinois. Duas fêmeas, a Zafira e a Roddie, que foi doada pela GM de Curitiba, e o B.O., que era um cão da Polícia Militar”, comentou Rodrigues, lamentando a perda de Charlie, que era o único cão que passava o fim de semana na casa do tutor e dono, enquanto os outros seguem na estrutura da Prefeitura, no Centro Integrado de Segurança.

Na manhã desta terça-feira, dia 14, Charlie foi velado em um crematório e recebeu diversas homenagens pelos trabalhos prestados. Guardas de Araucária e Curitiba, familiares e amigos de Rodrigues participaram do cerimonial. Em um gesto de agradecimento, todos os guardas presentes prestaram continência à Charlie, que sempre será lembrado por sua sociabilidade, força, energia, coragem e docilidade.

fotos: divulgação

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