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Christopher segue estável. Foto: divulgação
Nasce bebê que foi operado dentro da barriga da mãe
Christopher segue estável. Foto: divulgação

Nasceu na última quarta-feira, 28 de outubro, de cesárea, o bebê que foi submetido a uma rara cirurgia intrauterina para corrigir uma má formação no sistema linfático. Christopher nasceu com 34 semanas, pesando 2.700 e 42 cm, segue internado na UTI do Hospital de Clinicas, e seu quadro é estável. A mãe Anielly Binhara Fioravante, de 23 anos, que emocionou a todos com sua história, conta que a cesárea estava marcada para o dia 29, e o internamento seria no dia 28, mas assim que chegou no hospital e ainda aguardando o atendimento, a bolsa rompeu. “Fiquei desesperada, porque não tinha os médicos especialistas naquela hora, e meu bebê precisava. Como minha bolsa estava rompida, tive medo que o cordão umbilical estourasse, e que meu filho morresse dentro da minha barriga. Era uma sucessão de pensamentos ruins, de muito medo. Era troca de plantão, tive que pedir ajuda para uma senhora da limpeza, ela foi super atenciosa comigo e me deu um lençol, por conta da bolsa rompida. Logo em seguida me passaram na frente de todas as outras gestantes. Meu desespero maior era a falta de médicos, mas as enfermeiras que estavam no local me atenderam muito bem, ligaram para os médicos, que estavam em outros hospitais e todos vieram muito rápido”, relata.

Além da bolsa estourada, os médicos constataram que Anielly já estava com 4cm de dilatação, e em questão de uma hora ou duas, aumentou para 8. Ela até poderia ter feito o parto normal que tanto queria, porém, por todas as complicações com o bebê, precisou da cesárea. “Assim que o Christopher nasceu os médicos já fizeram a inserção dos drenos de novo, um de cada lado do tórax dele, na mesma mesa de cirurgia onde eu estava sendo operada. Fiquei aflita demais, mas correu tudo bem na cirurgia, e eu consegui ouvir o chorinho dele, que era o que eu mais queria. Desde então ele segue na UTI, o processo de recuperação está sendo muito lento, o que é muito torturante para mim, porque eu só consigo ver ele um pouquinho. A gente tem que se deslocar daqui até o Hospital de Clínicas todos os dias, porque não aguento ficar longe dele. Só quem é mãe de UTI sabe o quanto é complicado. A gente tá vendo o nosso filhinho através de uma caixinha de acrílico, ele cheio de tubinhos, sendo monitorado 24 horas por dia, cada sinal de melhora, por menor que seja, é uma comemoração. Infelizmente parece que sempre surge alguma outra coisa, algum empecilho, que acaba desanimando. Então, a cada lágrima que derramamos é uma nova esperança, e não pode desistir por ele. É muito difícil e a gente está seguindo assim, torcendo para que ele se recupere logo e possamos trazê-lo para casa, para juntos comemorarmos nosso bebê milagre”, disse a mãe.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1237 – 05/11/2020

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