Embora sejam cargos indispensáveis para o exercício da democracia, alguns vereadores seguem com dificuldade de entender a lógica da separação dos poderes e volta e meia dão uma pixotada com a proposição de projetos de lei sabidamente inconstitucionais. Um dos que, apesar da formação superior, inclusive em licenciatura, vive metendo o pé pelas mãos é Valter Fernandes (Solidariedade).

Recentemente, por exemplo, ele cometeu o absurdo de propor um projeto de lei criando o cargo de secretário escolar na estrutura da Prefeitura. O absurdo se dá porque criação de cargos, bem como a gestão da estrutura do funcionalismo municipal, é uma atribuição exclusiva do prefeito. Logo, das duas uma: ou Valter se faz de desentendido para criar fato e lacrar em redes sociais ou faz isso para criar constrangimento ao prefeito Gustavo Botogoski, já que ju ridicamente é sabido que ele terá que vetar a proposta.

Desperdício de dinheiro

É preciso dizer também que essa mania de propor projeto inconstitucional gera prejuízo financeiro à Câmara e ao Município. Afinal, são assessores pagos com recursos públicos que elaboram esses projetos. Da mesma forma, são servidores pagos pela população que são obrigados a tramitar essas proposições e, quando do veto, caso ele não seja mantido, são advogados custeados pelo trabalhador araucariense que terão que acionar o Judiciário em busca do decreto de ilegalidade dessas leis. O mais incrível disso tudo é que Valter é professor. E, apenas para ilustrar o absurdo, se ele elaborasse uma prova perguntando para seus alunos unicamente se um vereador pode propor projeto de lei criando cargos na estrutura do Poder Executivo e esses estudantes respondessem “sim”, Valter teria que dar zero pra eles. Logo, das duas uma: ou o vereador j oga mesmo pra torcida ou seus alunos estão apuros.

Edição n.º 1480.