“A gente cresce vendo a galera fazer coisa errada, se envolvendo com pessoas erradas e acabamos seguindo esse exemplo também. Só que chega uma hora que a gente vê que não vale a pena”. Foi assim que o MC Gabe decidiu seguir outro caminho na vida. Ainda muito cedo, com apenas 13 anos, começou a escrever letras de RAP retratando coisas do dia a dia da comunidade onde nasceu e cresceu, o jardim Tupy. Aos 17 anos mostrou as rimas para um amigo pela primeira vez. Nascia o grupo RTA (Rap Transmite Amor). “Demos esse nome ao grupo, mas na verdade nosso som não era romântico, aí mudamos para Sétimo D”, conta o MC. Ele disse que a ideia surgiu quando ele conversava com o outro integrante, MC Jay 2. “Perguntei até que série ele estudou e me respondeu que até a sétima, no sétimo D. Aí falei, vai ser esse o nome”.
O MC Gabe conta que a ideia é transmitir o que viveram e o que vivem nas letras. Retratar um pouco de como é a vida em um bairro de periferia. “Nosso som tem muito do que já sofri na vida, com meu padrasto, minha família”, diz. Os clipes do grupo são todos de produção própria, produzidos e dirigidos pelo Dread, sem nenhum tipo de apoio ou patrocínio. O som do Sétimo D está no Youtube, no canal YZG, para quem quiser conferir e apoiar o trabalho desses jovens.
Sobre o futuro, esses meninos esperam “fazer virar”, como eles mesmos dizem. “Queremos fazer um show, abrir uma apresentação de algum MC famoso, levar o nome da nossa comunidade pra outros lugares e, principalmente, transmitir a nossa mensagem, fazer com que nosso som seja ouvido nas ruas”, destaca o MC Gabe, que deixa um convite: “Quem tiver uma rima ou uma letra escrita e vontade de fazer RAP, nós produzimos de graça, a gente se ajuda, aqui é tudo em prol do pessoal da vila”.
Publicado na edição 1231 – 24/09/2020
