O medo da contaminação pelo coronavírus está presente nas clínicas e consultórios ginecológicos. As gestantes, que sempre fizeram parte dos grupos de risco para a doença, agora devem se cuidar ainda mais. Um artigo publicado no dia 22 de maio, pela revista “American Journal of Clinical Pathology”, apontou o risco de contaminação da mãe para o feto, através da placenta. Isso mesmo! A transmissão vertical da infecção por SARS-CoV-2 é possível através da via placentária durante as últimas semanas de gravidez e pode causar inflamação da placenta, viremia neonatal, e manifestações neurológicas também são possíveis.
O ginecologista e obstetra de Araucária, Dr Claudio Bednarczuk, comenta que apesar dessa contaminação ser rara e ter sido registrado um único caso, na França, acende sim o alerta de que as gestantes precisam levar o isolamento social ainda mais a sério. “A gestante já estava no grupo de risco e aquela que ainda está trabalhando, deve procurar seu médico para que este solicite o seu afastamento. Ela deve evitar o uso do transporte coletivo e aglomerações. Recomendo que as gestantes fiquem em casa, porque todo cuidado é pouco nesse momento”, orienta o obstetra.
Segundo o artigo publicado na revista “American Journal of Clinical Pathology”, pesquisadores norte-americanos identificaram lesões na placenta de 16 grávidas diagnosticadas com Covid-19. E apesar desses casos não apontarem riscos para o feto, demonstraram alterações na função do órgão. “Lembrando que a placenta é o primeiro órgão a se formar no desenvolvimento fetal e tem funções comparáveis com as dos pulmões, intestinos, rins e fígado. É a partir dela que o feto absorve oxigênio e nutrientes da corrente sanguínea da mãe. Por isso que o monitoramento das grávidas durante essa pandemia, para garantir que os fetos se desenvolvam de maneira saudável”, esclareceu o médico.
Texto: MAURENN BERNARDO
Foto: divulgação
Publicado na edição 1214 – 28/05/2020
