A beleza é a manifestação do sagrado. O ser humano espiritualizado sente a presença de Deus perante o belo da natureza, das pessoas, das artes, das ciências, da ética, do amor, da vida. Por outro lado, sente saudades de Deus quando se depara com os problemas sociais e ambientais, as violências, o egoísmo, a falta de ética. Roberto Retamar escreve: “O ser humano está acostumado a dois tipos de fome: a fome de pão, que é saciável, e a fome de beleza, que é insaciável”.

A harmonia com a mente e o com o coração de Deus nos conduz naturalmente para ações que lembram o paraíso, amor, paz, alegria. Segundo o poeta Bachelard, “o universo tem um destino de felicidade. O ser humano deve reencontrar o Paraíso”.

Santo Agostinho expressa que a beleza reflete o Criador. “Perguntei à terra, ao mar, à profundeza e, entre os animais, as criaturas que rastejam, perguntei aos ventos que sopram e aos seres que o mar encerra. Perguntei ao céu, ao sol, à lua e às estrelas e a todas as criaturas: Minha pergunta era o olhar que eu lhes lançava, sua resposta era sua beleza”.

Jesus Cristo nos mostra a beleza de amar, e do amor refletem-se tantos belos raios: a alegria, a paz, a gratidão, o respeito, a ética, a gratuidade, a generosidade, a solidariedade, a responsabilidade…

Para se realizar em plenitude, o ser humano precisa da beleza, do sagrado, do amor. Plenamente humano, experimenta assim a beleza de ser imagem de Deus.

Edição n.º 1460.