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Após o batismo, Jesus começou a anunciar a boa nova do Reino. Escolheu 12 apóstolos para estarem com ele, para aprenderem com ele, preparando-os para dar continuidade à missão. Desde o início da pregação, Jesus foi demonstrando um jeito novo de falar, de ensinar, de educar, de transmitir o verdadeiro rosto de Deus. Os fariseus agiam movidos pela lei mosaica e tudo era radicalmente julgado e, se necessário fosse, seria condenado. Baseados na lei, eles humilhavam as pessoas, julgavam de modo arbitrário e violento, sem o mínimo de ternura ou de compaixão. A lei era mais importante do que tudo. E a lei mais dura e condenatória era a lei do sábado, considerado um dia no qual não se podia fazer absolutamente nada. Vejamos então o jeito de ser e de agir do Mestre, muito diferente daquele pregado e vivido pelos fariseus.

Tudo tem início exatamente num dia de sábado, que, segundo a lei, era sagrado e não se podia fazer nada. Num dia de sábado, Jesus encontra um homem, totalmente imobilizado e destruído, porque possuído pelo demônio. Ele não teve dúvidas, ignorou que era dia de sábado e expulsou o demônio daquele homem. Claramente, através desse gesto, Jesus apresenta a boa nova do Reino, ou seja, ele veio para curar e libertar as pessoas de todos os tipos de amarras. Para ele muito mais importante do que a lei é o ser humano, a ponto de mais tarde ele afirmar: ‘a lei foi feita para o homem e não o homem para a lei’. Para o Mestre, a única lei que deve reger a humanidade é a lei do amor, que transforma as pessoas, que resgata a dignidade de cada ser humano e o torna livre. Ele quer que as pessoas sejam livres de tudo aquilo que destrói ou diminui o ser humano, pois, todos fomos criados à imagem e semelhança de Deus.

Jesus falava com autoridade e não como os mestres da lei, porque a sua fala brotava de um coração plenamente amoroso. A fala dos fariseus era baseada na lei que julgava e condenava e Jesus veio para salvar e não condenar, para resgatar plenamente o ser humano de todo tipo de escravidão. Neste primeiro ato do Mestre, expulsando o demônio daquele pobre homem, se revelou o profeta anunciado que veio para curar e salvar. O jeito de Jesus era carregado de um amor profundo, compassivo, misericordioso, que resgatava a dignidade de todos. Agindo assim, ele foi manifestando ao mundo o verdadeiro rosto de Deus, ‘Abba’, papaizinho, de um amor infinito e incondicional.

Como seguidores de Jesus, somos chamados também a sermos instrumentos do seu amor onde quer que estejamos. Seguir Jesus significa exatamente isso: ter um coração misericordioso, cheio de empatia, sobretudo, com os mais sofredores da sociedade. Somos desafiados a vencer o farisaísmo, que tantas vezes age em nós, julgando e condenando as pessoas pecadoras. O amor que brota de um coração que fez o encontro com Jesus de Nazaré, exala o perfume da acolhida, o respeito, expulsando tantas coisas negativas e destruidoras. Falar com autoridade, como fazia o Mestre da Galileia, é permitir que o amor nos tome por inteiro e conduza a nossa vida. É preciso deixar que o amor de Jesus entre dentro do nosso ser e, assim, nos transforme diariamente, para sermos pessoas boas e movidas pela compaixão. O mundo necessita de amor, porque só o amor pode transformar as famílias, as comunidades e a sociedade. Mas, um amor que quer somente e unicamente o bem do outro e a sua felicidade.

Edição n.º 1399

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