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Padre André Marmilicz: Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe
Foto: Divulgação

Ela morava numa localidade simples, chamada Nazaré, onde nasceu e cresceu. Um lugar considerado ‘maldito’, porque, nenhum profeta nasceu em Nazaré. Alguém teria dito: ‘pode vir alguma coisa boa de Nazaré?’, fazendo alusão ao fato que dali não surgiu nenhum profeta em Israel. E foi a ela, Maria de Nazaré, que o anjo Gabriel foi enviado, dando-lhe a notícia de que foi a escolhida para ser a mãe do Salvador. Mesmo sem compreender o que significava tudo aquilo, ela colocou-se plenamente aberta ao plano de Deus, como a serva do Senhor, para que se faça sempre e em tudo a vontade de Deus. Uma atitude humilde, de quem se dispôs a fazer sempre, em tudo e acima de tudo, aquilo que é o plano de Deus a seu respeito. Serva e, não escrava, porque ela poderia dizer ‘não’, mas, ela aceitou livremente ser a mãe do Filho de Deus.

Longe de se sentir superior aos outros, ela surpreendeu a todos, indo ao encontro da sua prima Isabel, como serva, a serviço dos trabalhos domésticos. O encontro das duas primas foi carregado de muita alegria. O menino que Isabel esperava, pulou de alegria no seu ventre. Maria proclamou o Magnificat, dizendo: ‘meu Espirito exulta de alegria no Senhor’. Alegria de quem está pronta para fazer em tudo a vontade de Deus, e, o gesto que melhor expressa essa abertura, é a alegria de poder servir e fazer o bem. Não é uma alegria momentânea, passageira, apenas um sentimento fugaz, mas, uma alegria que brota de um coração que encontrou em Deus o verdadeiro sentido da sua existência. E esse Deus que confiou a ela essa enorme e exigente missão: ser a mãe de Jesus, o Salvador, o envaido do Pai. E ela o faz, numa atitude de profunda humildade, ao exclamar: ‘olhou para a humildade de sua serva; de agora em diante todos me chamarão de bem-aventurada, porque o Senhor fez em mim maravilhas e santo é o seu nome’’.

Maria foi uma mulher muito discreta, que teve a plena consciência de ser apenas uma serva, porque o centro de tudo é seu filho de Jesus. O silêncio de Maria impressiona, consciente do seu papel no mundo. Não é ela que aparece, mas surge nos momentos cruciais da vida de Jesus, assim como nas bodas de Caná. É ela que apresenta Jesus para a humanidade, como o enviado do Pai, dizendo: ‘fazei tudo o que ele vos disser’. Em todos os momentos da missão de Jesus aqui na terra, ela esteve presente, como uma mãe, que no silêncio acompanha o seu filho. E foi assim nas horas duras e amargas, quando diante da cruz, Jesus se dirigiu a ela e João: ‘mulher, eis o teu filho; filho, eis a tua mãe’. Maria, a partir daquele momento não é somente a mãe de Jesus, mas é nossa mãe também. E como é bom sabermos que a Mãe do Filho de Deus continua sendo nossa intercessora, em todos os momentos da nossa vida.

Maria continua viva e sempre pronta a atender os seus filhos, sobretudo, nas vicissitudes da vida. Diariamente a ela recorremos, rezando o santo terço, ou, então, visitando os santuários a ela dedicados, em busca de graças e bençãos. Não é ela que que concede as bençãos solicitadas, mas, como mãe, ela intercede ao seu filho Jesus. Inúmeras pessoas, por intercessão da mãe querida, receberam e continuam recebendo graças e bençãos em suas vidas. Por Maria a Jesus, esse é o lema daqueles que a ela recorrem. Por isso dizemos: ‘Oh Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós’. Salve a mãe de Jesus e nossa mãe também. Amém.

Edição n.º 1428.

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