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Padre André Marmilicz: Epifania - A manifestação da Luz

Iniciamos em nossa igreja um novo ano litúrgico, o ano B. No mundo civil, o ano se inicia no dia 01 de janeiro. No mundo católico, o ano litúrgico se inicia no 1º domingo do advento. A palavra advento vem do mundo pagão e significava a espera do imperador. Era uma espera muito mais fundamentada e guiada pelo lado material. Os cristãos em torno do século VI vão afirmar que esse imperador, o esperado é Jesus Cristo. Mas a sua vinda, a chegada deve ser esperada com um cunho diferente, onde prevaleça, acima e tudo, o lado espiritual. E o próprio Jesus vai usar uma palavra que sintetiza essa preparação: vigiai e orai, pois não sabeis nem o dia e nem a hora.

Advento se resume em quatro semanas que antecedem, o nascimento de Jesus Cristo, o rei do Universo. O símbolo preponderante são as 4 velas acesas em cada final e semana. As sias cores são importantes, mas não determinantes. Em algumas igrejas se usa a cor branca e em outros a cor roxa, em todo os domingos. Em outras, são 4 cores, ligadas com a liturgia daquele domingo. O 1º domingo fala em vigilância, em espera, e poderíamos bem utilizar a cor verde. O 2º domingo é o do João Batista, tempo de conversão, de mudança de vida e bem poderia ser a cor roxa. O 3º domingo é o da alegria, pois o Salvador está chegando, e, para celebrar a sua chegada, usamos a cor verde ou a cor rosa. E, por fim, o 4º domingo, o Senhor que está chegando, a paz que está vindo ao mundo, representada pela cor branca.

Esse tempo de advento deve ser permeado pelo por um tempo de maior oração e, para tanto, a igreja propõe a novena de natal. Esta tem como objetivo reunir as famílias, para que, num clima de encontro com Deus, rezem unidas, pais e filhos, preparando-se dignamente para a vinda do Salvador. Além disso, para os católicos é tempo de reconciliação, e aí a igreja propõe uma boa confissão, para que, renovado interiormente, cada um sinta a alegria de estar em paz consigo mesmo, em paz com os irmãos e em paz com Deus. A confissão é um momento que requer muita humildade, para reconhecer sua pequenez, seus limites e permitir que o amor de Deus invada seu coração e transforme a sua vida em amor, em doação, em perdão.

Esse tempo de advento assume um cunho cristão, diferente daquele pregado pelo mercado de modo geral. Ali, a grande preocupação é com o comércio, com as vendas, com o lucro. Não se pode condenar o mercado, porque as pessoas que vivem desse ramo, precisam vender para sobreviver. O que não pode acontecer, para nós que cremos em Jesus Cristo, dar mais ênfase para as coisas materiais do que para aquelas espirituais. Claro que, não existe nada de errado renuir-se em família no dia do Natal para celebrar com um bom churrasco e com bebidas. O que não pode acontecer é que o Natal se resuma apenas nisso. Quando alguém vive esse tempo de modo espiritual, de uma vida mais intensa de oração, de encontro em famílias, de uma boa confissão, naturalmente poderá celebrar com festa e cm alegria a chegada do Cristo Salvador. Além disso, no 3º domingo a Igreja nos pede um gesto concreto de doação em prol da evangelização dos povos. Desejo, que esse tempo que respira o Natal, um tempo sempre tão desejado e esperado por quase todos, seja realmente um tempo rico de oração, de encontro com a palavra de Deus, para que, realmente, seja um feliz e abençoado Natal.

Edição n.º 1391

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