Qualquer cuidado com crianças é o mínimo, principalmente quando envolve a alimentação e exercícios físicos. Diante disso, a pediatra Claudia Borges, da Clínica São Vicente, falou sobre a importância do Dia da Conscientização contra a Obesidade Infantil e como os pais podem agir ao se depararem com essa situação.

De acordo com a doutora, existem alguns sinais de alerta que os pais ou responsáveis devem prestar atenção, como ganho de peso além do normal em um curto espaço de tempo, principalmente se for maior que o crescimento em altura. Além disso, também devem estar atentos caso a criança fique com dificuldades para respirar, falta de energia, problemas de concentração, dores nas articulações, além da baixa autoestima.

Pediatra orienta pais sobre os perigos da obesidade mórbida infantil
Foto: Divulgação. Doutora Claudia Borges explica sobre o papel da equipe médica nos cuidados da saúde das crianças.

“Independentemente da fase da vida, os cuidados com a saúde precisam ser constantes. Isso inclui a alimentação, a prática de atividade física, o controle do ganho de peso e a manutenção de tantos outros hábitos saudáveis. Como a própria palavra já sugere, hábito é algo constante. E aqueles que começam desde cedo podem se estender pelo resto da vida”, orienta.

A médica também faz um alerta para o uso excessivo de telas e tecnologias, e declara que essas questões possuem um impacto direto no desenvolvimento da obesidade infantil. Segundo ela, o uso frequente e prolongado dos dispositivos eletrônicos possui uma influência maior do que apenas na questão do sedentarismo. “Esse uso tem sido associado a alterações no comportamento alimentar, dificuldades para reconhecer os sinais de saciedade e maior interesse por alimentos ultraprocessados, especialmente quando as refeições são feitas em frente à TV ou ao celular”, informa.

A doutora Claudia esclarece que a obesidade mórbida infantil é a forma mais grave de obesidade em crianças e adolescentes. Ela é definida quando o índice de massa corporal (IMC) é igual ou superior a 40kg/m², sendo considerada um problema sério de saúde, que pode desencadear outras complicações a longo prazo, como diabetes, hipertensão arterial e problemas cardíacos. Nesse caso, a médica menciona que, geralmente, a cirurgia bariátrica é recomendada a partir de 16 anos no sistema público de saúde, e realizada a partir de 14 anos na rede particular. “Ela é indicada para crianças e adolescentes com obesidade grave, ou seja, com IMC acima de 35 com complicações de saúde associadas, ou com IMC acima de 40”, descreve.

O tratamento para essa condição envolve o trabalho e colaboração de uma equipe multidisciplinar, como o nutricionista, que orienta a criança/adolescente em uma dieta balanceada com redução de açúcar e gorduras; o educador físico, que recomenda as atividades físicas que são adequadas para a idade do paciente; o psicólogo, que faz o acompanhamento e ajuda nos desafios do comportamento e, por último, o médico, que acompanha de perto a saúde do paciente e, se for necessário, prescreve uma medicação.

“Os pais desempenham um papel crucial na prevenção e tratamento da obesidade infantil, influenciando os hábitos alimentares e de atividade física nas crianças. É fundamental que os pais promovam uma alimentação equilibrada e saudável, limitando o consumo de alimentos processados e ricos em açúcar e gorduras. Além disso, é importante incentivar a atividade física e a reduzir o tempo de tela. A participação dos pais no planejamento e preparação das refeições, bem como o envolvimento das crianças, pode aumentar a aceitação de alimentos saudáveis. É importante criar um ambiente familiar que valorize a saúde e o bem-estar e participar ativamente dos cuidados com os filhos, incluindo brincadeiras e atividades físicas”, finaliza a médica.

Serviço

A pediatra Claudia Borges atua com o CRM 24084 e RQE 1870 na Clínica São Vicente, que está localizada na Rua São Vicente de Paulo, n.º 250, no Centro. O telefone para contato (físico e WhatsApp) é (41) 3552-4000.

Edição n.º 1468. Victória Malinowski.