O caso de um morador de Araucária que diz ter sido infectado pelo coronavírus por duas vezes, levanta a preocupação de que é importante as pessoas manterem todos os cuidados de prevenção, independente de já terem contraído a doença uma vez. O paciente em questão comentou que procurou o Centro Especial de Combate ao Coronavírus (CECC) na sexta-feira passada, dia 9, passando mal e com saturação baixa, e que teria sido mal atendido na unidade. A esposa do paciente relatou que em junho o marido já tinha sido testado positivo para Covid 19, e na terça-feira passada (dia 13) testou de novo e o resultado saiu na quinta, e deu positivo. Comentou ainda que no dia que procurou o CECC o marido estava passando mal e nem sequer pediram tomografia do pulmão.
“Então fomos consultar com um médico particular e com o pedido de tomografia feito por ele, acabamos conseguindo fazer pelo SUS, em Araucária. O exame acusou que o pulmão já estava 10% comprometido e ainda assim fizeram pouco caso da situação. Acho que a população deveria ser alertada sobre os perigos da reinfecção pelo vírus”, sugeriu a mulher.
Questionada sobre o caso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) esclareceu que cabe ao médico definir o grau de risco de um paciente, bem como seu tratamento, e ainda se há necessidade de internação ou não. Neste caso em questão, o médico do CECC, que fez o primeiro atendimento, não viu necessidade de realizar tomografia no momento em que o paciente foi avaliado. Mas os profissionais de saúde também afirmam que o quadro de saúde relacionado à Covid-19 pode ter alteração em poucas horas e que a pessoa deve procurar o atendimento de saúde em caso de piora dos sintomas. Em um momento posterior (no mesmo dia do 1º atendimento), o médico de plantão do CECC avaliou o morador e decidiu por realizar a tomografia, que ocorreu prontamente no Centro Especial.
A Saúde explica ainda que a decisão de procurar um médico particular foi uma opção do paciente e não interfere no atendimento no SUS. O atendimento dele no Centro Especial de Combate ao Coronavírus ocorreu, respeitando o protocolo de saúde. A equipe do Centro Especial também esclareceu que ter cerca de 10% do pulmão comprometido é algo considerado comum em pessoas infectadas por Covid-19, não representando, necessariamente, gravidade que justifique internação. Nos casos em que a equipe de saúde constata agravamento, o protocolo é que o paciente fique sob cuidados do CECC ou ainda seja encaminhado para internação em hospital. Sobre o morador em questão, ele teve uma nova entrada no Centro Especial e, devido ao quadro naquele momento, foi encaminhado para internação hospitalar.
Reinfecção
Sobre uma possível reinfecção pelo coronavírus, a Saúde esclareceu que há poucas situações confirmadas no mundo e muito ainda a ser pesquisado. A Secretaria de Estado do Paraná (SESA) orientou os municípios a comunicarem situações que possam ser consideradas como suspeitas de reinfecção para que cada caso seja verificado em detalhes. O caso em questão, até o momento, não pode ser considerado reinfecção, mas foi encaminhado para essa análise da SESA. Vale destacar que a reinfecção é confirmada após uma ampla análise e não apenas por meio de um novo teste positivo de Covid-19.
A Prefeitura já realizou publicação alertando que cuidados de proteção não acabam para quem já teve Covid-19. A divulgação afirma que “pesquisas científicas ainda estudam a possibilidade de reinfecção ou de retorno dos efeitos da primeira infecção após um período”. Foi destacado ainda que estudos científicos avaliam as sequelas deixadas pela Covid-19, mesmo em pessoas que não tiveram agravamento do caso. Tais questões em estudo têm servido de base para que a Prefeitura alertasse que o uso obrigatório da máscara também vale para quem já foi recuperado de Covid-19. A higienização frequente das mãos e o distanciamento entre as pessoas também continuam importantes.
Texto: Maurenn Bernardo
Publicado na edição 1235 – 22/10/2020
