Uma ótima notícia para os araucarienses foi divulgada na noite desta quarta-feira (17/04) pela Petrobras. A Diretoria Executiva da empresa bateu o martelo para dar início às medidas de revitalização e futura retomada das operações da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen/PR), subsidiária da companhia, localizada em Araucária. A fábrica está hibernada desde março de 2020, quando passou a integrar o pacote de desinvestimentos da Petrobras e sua reativação vinha sendo defendida há muito tempo, mas a pauta ganhou força quando o PT voltou ao comando do país.
A Diretoria da Petrobras também aprovou a negociação com ex-empregados da fábrica e, junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), dos termos da contratação, além do início dos trâmites para contratação de serviços de manutenção e materiais críticos relativos à retomada da planta industrial. Vale lembrar que uma Ação Civil Pública movida na Justiça do Trabalho pelo Sindiquímica, em parceria com o Ministério Público do Trabalho, reivindica dano moral coletivo por conta da demissão em massa na Fafen. As partes negociam no TST a substituição de eventuais valores monetários da ação pela recontratação dos trabalhadores.
A reabertura da Fafen/PR deverá gerar 5 mil empregos diretos e indiretos, conforme estimativa do Sindiquímica-PR e Sindipetro-PR/SC, duas entidades que foram ativas na luta pela reabertura da unidade, além do Sindimont (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Montagem) e FUP (Federação Única dos Petroleiros).
A Petrobras informou ainda que os trabalhos de análises, consultas e recomendações internas para as próximas deliberações a respeito da retomada das operações devem continuar na próxima semana. “A Diretoria de Processos Industriais também já iniciou os estudos para reativar a unidade de produção de ARLA 32 e o trading de fertilizantes nitrogenados, ureia pecuária e industrial, com vistas a voltar ao mercado e se antecipar ao início da produção. Fatos julgados relevantes sobre o tema serão tempestivamente divulgados ao mercado”, diz o comunicado.
A Fafen tem capacidade instalada para a produção de 720 mil toneladas/ano de ureia e 475 mil toneladas/ano de amônia, além de 450 mil m³/ano do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32), produto utilizado em veículos a diesel para reduzir as emissões de poluentes.
O anúncio da reabertura da Fafen/PR foi comemorado por petroleiros e petroquímicos, organizados na FUP e sindicatos filiados, que jamais aceitaram o fechamento de uma fábrica tão importante para a soberania nacional no setor de fertilizantes e, por consequência, de alimentos. Ao longo desses últimos quatro anos, todas as ações possíveis, tanto políticas, quanto de mobilização, foram realizadas na campanha em defesa da Fafen/PR.