O corpo de um homem foi encontrado boiando as margens da represa do Passaúna, no bairro São Miguel, na manhã desta terça-feira, 24 de abril, por uma moradora que passava pelo local. Ao avistar o cadáver, ela entrou em contato com a Polícia Militar que deslocou-se imediatamente à região.
A PM isolou o local para a chegada da Criminalística e do Instituto Médico Legal (IML). O corpo não apresentava nenhum ferimento, mas estava com as pernas e os braços amarrados atrás das costas. Acredita-se, preliminarmente, que a vítima morreu asfixiada ou afogada, porém somente a perícia poderá afirmar o que gerou a morte.
Ainda na noite de terça, no IML, o corpo foi reconhecido como de Ricardo Habitzreuter, 26 anos, morador de Fazenda Rio Grande. Os familiares dele estavam divulgando a foto do rapaz como desaparecido. Ricardo era motorista do Uber e trabalhava com um Renault Logan, cor prata, placas PWC-3358.
Este veículo, por sua vez, envolveu-se em um acidente também na noite de terça-feira, na BR-116, no bairro Pinheirinho, em Curitiba. O carro vinha sentido Fazenda Grande e acabou passando por cima do canteiro central e acertou em cheio frontalmente um Ford Ka. Outro veículo que vinha atrás do Ka, um VW Gol, não conseguiu parar a tempo e também colidiu.
Segundo testemunhas, havia dois homens e duas mulheres no Logan que acabou capotando. O grupo ainda assim conseguiu fugir após o acidente. Já o motorista do Ka morreu na hora e o terceiro envolvido nada sofreu. O motorista do Ford Ka era Vandré Evandro Ferreira, 39 anos, e trabalhava na RIC TV.
A Delegacia de Polícia Civil de Araucária instaurou inquérito e começou as investigações a partir de linhas de homicídio e latrocínio. Contudo, após outras informações que foram apontadas, há também a linha de investigação que trata de um crime passional, visto que o corpo de Ricardo estava sem camiseta e com a bermuda jeans ao contrário. Isto pode indicar que, antes de morrer, ele se vestiu rapidamente ou que seu corpo foi vestido por outra pessoa.
Ricardo teria saído de casa na noite de segunda-feira com um amigo para encontrar um amigo e outras duas moças. Depois disso ele não foi mais visto. “Estamos buscando identificar quem eram esses amigos. Mas isso não significa que essas pessoas tenham envolvimento com a morte dele”, disse o delegado João Marcelo Renk, da Delegacia de Araucária.
O delegado declarou que normalmente quem comete roubo de carros não fica com o veículo, logo repassa o automóvel ou faz a troca de placas. Como neste caso não houve a troca de placas, pode haver o indício de que seriam as mesmas pessoas que estariam com Ricardo. “Neste momento não podemos afirmar nada, mesmo porque não foram identificados as pessoas envolvidas no acidente nem os amigos que iriam se encontrar com a vítima na noite de segunda”, comentou.
Ainda, o carro que Ricardo trabalhava como motorista do aplicativo Uber, era alugado de um policial rodoviário federal. O proprietário do carro foi ouvido na DP e não sabia informar se na data em que Ricardo saiu de casa estava ou não a trabalho. “Não é possível afirmar se a vítima estava ou não trabalhando. Somente a empresa Uber poderá dizer isso assim que responder a um ofício”, comentou o delegado.
O corpo de Ricardo foi velado no bairro Pinheirinho e nos próximos dias novos depoimentos deverão ser tomados pela DP.
Fotos: Divulgação e Marco Charneski
Publicado na edição 1110 – 26/04/2018