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GMs e PMs garantiram que a área fosse desocupada

GMs e PMs garantiram que a área fosse desocupada
GMs e PMs garantiram que a área fosse desocupada

Invasão 25
Na manhã de quarta-feira, 17 de fevereiro, a Guarda Municipal, com apoio da Polícia Militar e de uma equipe de fiscalização da Secretaria do Meio Ambiente, cumpriu um mandado de reintegração de posse na área de preservação ambiental, também conhecida como invasão do jardim Israe­lense. A ação foi na rua 21 de Outubro, onde havia cerca de 20 casas. O prazo para que deixassem a área havia esgotado na quarta-feira.

Com a chegada das equipes, houve confrontos entre as polícias e um grupo de moradores do local, incitados por um suposto líder comunitário da região. Foi necessário o uso de armas com munição não letal, pois os manifestantes estavam bastante alterados, tentando investir contra a polícia u­sando pedras, foguetes e bombinhas. Dois manifestantes foram presos e encaminhados à Delegacia para as providências cabíveis.

No período da tarde, quando os ânimos se acalmaram e os manifestantes foram contidos, uma retroescavadeira da Prefeitura esteve no local e as casas foram demolidas. Conforme a GM, das 20 casas da invasão, a maior parte estava sem moradores e algumas em construção. Duas delas ainda permaneceram intactas por força da necessidade de ordem judicial para efetuar o despejo. “As famílias invadiram uma área de preservação ambiental e estavam fazendo desmatamento, provavelmente para erguer novas casas, pois já tinham até estacas no local, possivelmente demarcando os futuros terrenos. Além de ser área de preservação ambiental, é uma região bastante susce­tível a alagamentos, imprópria para morar”, disse o diretor de departamento da GM, Alaércio José Libel.

“Não temos pra onde ir!”

Se por um lado as invasões de áreas de proteção representam um problema ambiental, por outro, acarretam um problema social ainda maior, pois a maioria das famílias acaba ficando sem ter pra onde ir. É o caso da Sandra Oliveira Claier, que morava numa das casas da invasão com o marido e o filho de apenas um ano. Ela conta que pagou R$ 10 mil pelo terreno e perdeu o dinheiro. “Moro em São José dos Pinhais e há cerca de uma semana fiquei sabendo que estavam vendendo terrenos aqui nesta área. Como eu não tinha uma casa, decidi vir junto com o grupo. Agora minha casa foi destruída e não tenho pra onde ir”, disse a mulher, sem conter o choro.

Tainá Souza de Oliveira também foi despejada e, sentada ao lado dos pertences espalhados pelo chão, estava preocupada, sem saber onde iria se abrigar. “Invadi há três meses, não paguei o terreno, apenas as madeiras para poder erguer minha casinha. Morava sozinha, minha filha ficou com minha sogra até que eu me firmasse, mas pelo jeito fiquei sem casa de novo”, lamentou.

A situação de Marisabel Danielski da Silva talvez seja a pior de todas. Com três filhos, de 15 anos, 4 anos e 3 anos, ela e o marido ficaram perdidos após a demolição da casa. “Estamos aqui há três meses, viemos porque nunca tivemos condições de comprar um terreno. Por enquanto vou pedir abrigo na casa da vizinha, mas não sei o que será da minha família daqui por diante”, disse.

Sobre a questão, a Prefeitura, através da Cohab, disse que fará um levantamento junto a essas famílias para atualizar os cadastros e verificar o que pode ser feito.

FOTO: MARCO CHARNESKI

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