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Prematuridade é a principal causa de óbito infantil antes dos 2 anos de vida
Foto: Divulgação

Em 17 de novembro foi comemorado o Dia da Prematuridade, data que torna visível o tema, considerando que as complicações do nascimento antecipado são a principal causa de morte no período neonatal. “Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 340 mil bebês nascem prematuros no Brasil por ano. É por isso que novembro é internacionalmente reconhecido pela cor roxa para sensibilizar a sociedade sobre o combate à prematuridade”, ilustra o ginecologista e obstetra Claudio Bednarczuk.

O médico explica que é considerado prematuro o bebê que nasce com menos de 37 semanas. Junto a esse marco temporal específico, há uma classificação mais detalhada das idades gestacionais segundo a OMS: entre 34 e 36 semanas e 6 dias, é considerado como prematuro tardio; de 32 a 33 semanas e 6 dias, como moderados; muito prematuros entre 28 e 31 semanas e 6 dias; e prematuros extremos para aqueles bebês nascidos abaixo de 28 semanas. “Quanto menor a idade gestacional, maiores são os riscos de não sobreviverem. De acordo com o MS, a prematuridade é a principal causa de morte infantil antes dos dois anos de vida”, observa.

Principais causas

Entre as principais causas da prematuridade, Dr Claudio cita a ruptura prematura de membranas, pré-eclâmpsia, insuficiência istmo-cervical, placenta prévia, infecções uterinas, fertilização in vitro, hipertensão crônica, síndrome de HELLP, descolamento prematuro de placenta, má formação uterina, gestação múltipla, má formação fetal, diabetes, condições genéticas, entre outras. “No nosso meio é muito comum também a infecção urinária de repetição durante a gestação”, complementa.

Prevenção

Para prevenir a prematuridade, é necessário ter cuidados pré-concepcionais; planejamento familiar; cuidados antenatais; redução de partos induzidos, exceto se tiverem indicação clínica; fornecimento de educação; nutrição adequada a essas mulheres; fornecimento de pré-natal de qualidade com início precoce das consultas (antes de 12 semanas de gravidez) e realização de todos os exames necessários para que intercorrências clínicas e infecciosas sejam detectadas e tratadas precocemente; não fumar e consumir álcool e outras drogas ilícitas durante gravidez, entre outras.

“Estudos apontam que bebês nascidos entre 23 e 24 semanas podem sobreviver, mas são menores as perspectivas de não apresentarem algum grau de lesão neurológica. Acima das 27 semanas de gestação, o prognóstico é melhor e a maioria dos bebês se desenvolve sem apresentar alterações na parte motora e/ou intelectual”, alerta o médico.

Ainda de acordo com o obstetra, o baixo peso entre os bebês prematuros representa um alto risco para anormalidades neurológicas e atrasos no desenvolvimento.

Atendimento especializado

A assistência ao recém-nascido prematuro inicia desde o nascimento, com o acompanhamento da equipe de pediatras capacitados em reanimação neonatal, pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Essa assistência continua depois, nos vários setores da maternidade, para onde essa criança é encaminhada, a depender da idade gestacional e peso de nascimento e condições clínicas do nascimento. “A prematuridade é um evento inesperado que exige muitos cuidados com os bebês, para que se permita que tenham um melhor desenvolvimento e uma melhor qualidade de vida”.

Outro ponto que o médico destaca é a importância do acompanhamento de uma equipe multiprofissional, formada por médico neonatologista e de outras especialidades, como neurologista, oftalmologista, cirurgião pediátrico, cardiologista, ultrassonografista e profissionais de outras áreas, como enfermagem, nutricionista, fisioterapia, fonoaudiologia, terapeuta ocupacional, psicologia, assistente social, farmácia. “Essa equipe tem como objetivo fornecer atendimento integral e humanizado ao recém-nascido prematuro e sua família. Ainda durante o internamento, os recém-nascidos prematuros de risco iniciam avaliação com oftalmologista para triagem da retinopatia da prematuridade, que pode levar a cegueira”.

Família viveu experiência da prematuridade em dose tripla

Nesse contexto de prematuridade, surgem histórias de famílias que lutaram ou ainda lutam para oferecer aos filhos prematuros o melhor atendimento possível. A moradora do Jardim Israelense, Bruna de Oliveira Andrade, 29 anos, viveu uma experiência inusitada com a prematuridade: ela foi mãe de trigêmeas, que nasceram com 33 semanas e 3 dias, no dia 21 de agosto deste ano. Apesar dos riscos, as trigêmeas nasceram bem e receberam todo acompanhamento necessário até receberem alta, 29 dias após o nascimento. Elas estão saudáveis, completando três meses de vida hoje (quinta-feira, 21/11). Melissa, que nasceu com 1.366 gramas, agora está com 4.700 gramas; Maya nasceu com 2.073 e agora está com 5.300, e Marjorie nasceu com 1.360 e agora está com 3.980.

“Primeiramente quero agradecer a Deus por esses presentes lindos que Ele me deu. Quando essas bençãos vieram, confesso que me assustei e me desesperei, pensando como iria cuidar de três ao mesmo tempo, dar banho, amamentar, como seriam as noites. Além disso, estávamos passando por uma fase muito difícil, mas Deus cuidou de tudo. Minha gestação não foi fácil, muitas noites sem dormir, cansaço, fadiga, exaustão, achei que não ia aguentar até o final. Quando elas nasceram, veio mais uma luta: 29 dias na UTI Neo Natal, vivendo momentos de muita dor e angústia, mas depois vieram os momentos de alegria e vitória em vê-las se desenvolvendo, crescendo e vencendo cada fase e dificuldade. Minhas pequenas foram guerreiras, louvado seja Deus!”, declarou Bruna. Ela disse ainda que ser mãe de um bebê prematuro não é nada fácil, ainda mais de três, e fez questão de deixar uma mensagem para as mamães e famílias que estão passando por isso. “Se alegrem, esperem e confiem no nosso Deus, pois é Ele quem nos dá forças para enfrentarmos os dias difíceis e as notícias ruins. Ele está do nosso lado em todos os momentos”.

Edição n.º 1442.

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