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Professor cria sala de aula no Minecraft para prender atenção de alunos
Toda a comunidade escolar poderá conhecer a estrutura do
colégio e as ruas no seu entorno. Foto: divulgação

De uma hora para outra, a pandemia da Covid 19 revolucionou a educação no país, fazendo com que os métodos de ensino tradicionais fossem substituídos por métodos mais modernos e criativos, através do uso da tecnologia. O professor de Matemática do Colégio João Paulo I, Helton Alvares Gonçalves, sabe muito bem o que isso significa. Para manter seus alunos interessados em números, mesmo no ensino remoto, ele se reinventou e conseguiu unir uma grande paixão deles ao ensino da disciplina.

Talvez você já tenha ouvido falar em Minecraft, o jogo cheio de aventuras pelo mundo dos bloquinhos, com animais e outras criaturas, pequenas cidades repletas de vida, para serem exploradas e conhecidas. O que você não sabe é que o jogo sensação de milhões de jogadores já vem sendo utilizado como ferramenta de ensino. Isso mesmo! O professor Helton, que ministra aulas para as turmas do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio, mostrou que isso é possível. Ele teve uma ideia super inovadora ao criar uma sala de aula dentro do Minecraft, onde os alunos são chamados para dentro do jogo, acessam o servidor, e acompanham as aulas, ao vivo. Eles também podem interagir durante a explicação dos conteúdos, que são todos repassados em um quadro, como os que são utilizados no ambiente escolar, usando o microfone para falar ou através do chat. Os alunos que não tem acesso ao Minecraft podem acompanhar as aulas através de outros aplicativos ou ainda assistir depois, através do youtube. “Para participar das aulas, basta criar uma conta no site viciante.com.br/forum e entrar no servidor pelo Minecraft. Dentro do jogo digita /home sala heltonnn e será teleportado à sala de aula”, explicou o professor.

Além da sala de aula, Helton, com apoio de outros dois colegas o professor Dandie Antunes Bozza, também do João Paulo, e Luiz Henrique Mello Filho, criou todo o ambiente escolar, inclusive ruas e casas que ficam no entorno do colégio, utilizando o Google Earth, onde qualquer pessoa, não apenas os estudantes, podem entrar para conhecer. “A ideia de dar aulas pelo Minecraft foi excepcional, porque devido à pandemia, os alunos estavam desmotivados e desinteressados, não compareciam mais às aulas on line e nem faziam as atividades. Então como faz tempo que jogo o Minecraft e meus alunos também, decidi usar isso a meu favor. Com isso, consegui resgatar muitos alunos e eles ficaram super empolgados. É uma proposta que pode ir além da pandemia, já que os jovens de hoje estão cada vez mais ligados às novidades tecnológicas”, comenta o professor.
Sorteios

Helton também criou uma sala especial dentro do Minecraft, com carteiras numeradas, onde são realizados sorteios de bombons para os alunos que participam das aulas. Os sorteios são ao vivo, através do site Sorteador. Os vencedores vão acumulando os bombons e o professor marca um dia para eles irem buscar no Colégio.

Para acompanhar uma aula do professor no Minecraft, acesse seu canal no youtube “Helton Alvares Gonçalves”.

Aulas mais animadas X conteúdos assimilados

O Minecraft como ferramenta de ensino tem dado certo no Colégio João Paulo I, prova disso são os elogios vindos dos próprios “jogadores”, ou melhor, alunos. Essa repórter que vos escreve, participou de uma aula do 3º ano do ensino médio, e conversou com alguns alunos, onde comprovou que eles estão achando as aulas divertidas, ao mesmo tempo em que estão tendo bem menos dificuldades em aprender os conteúdos acadêmicos.

O Allan Felipe Rodrigues contou pra gente que está acompanhando as aulas on line desde o começo da pandemia, mas que a partir do incremento do jogo, vem aprendendo com mais facilidade. “Ao mesmo tempo em que aprendemos, também nos divertimos muito nas aulas. O professor está de parabéns pela iniciativa”, disse.

A Maria Fernanda Liesch Correira também relatou que as aulas do professor Helton são dinâmicas, tanto antes quanto agora. E com o Minecraft, tem sido ainda mais. “Na primeira vez que o professor explica o conteúdo a gente já consegue entender, tem sido bem bacana, principalmente porque conseguimos interagir como se estivéssemos mesmo dentro da sala de aula”, elogia.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1235 – 21/10/2020

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