Em meio a mais uma crise de superlotação nas unidades de pronto-atendimento, a Prefeitura de Araucária, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, montou uma força-tarefa, no intuito de reduzir o tempo de espera dos pacientes e garantir que todos tenham acesso aos serviços. A principal reclamação nas últimas semanas diz respeito ao tempo de espera por atendimento, que conforme relatos de pacientes, já chegou a mais de 8 horas. 

Uma das estratégias definidas durante reunião realizada nesta quarta-feira, entre representantes dos poderes Executivo e Legislativo e membros da Comissão de Fiscalização do contrato entre Prefeitura e HMA, foi a reabertura do Polo de Atendimento Infantil do Jardim Industrial. O setor será reativado já a partir desta quinta-feira (11/04) para atender crianças de 0 a 12 anos (11 meses e 29 dias). Lembrando que não se trata de um PAI, pois não serão feitos atendimentos de urgência e emergência.

“Diante da necessidade de assistência à saúde apre sentada no período sazonal das doenças respiratórias agudas em crianças, vamos reabrir o Polo, que foi uma inovação criada em 2023, ano em que realizou 3.400 consultas, com uma média de 142 ao dia, o que caracterizou efetividade e melhor qualidade de assistência à população”, explicou a Saúde.

O Polo fica na Unidade de Saúde Silvio Roberto Skraba, mais conhecida como UBS Industrial, localizada na Rua Andorinha, 151, bairro Capela Velha. A previsão é de que os atendimentos se estendam pelo período de 4 meses.

A Saúde também fará o direcionamento de uma equipe exclusiva para atendimento pediátrico neste Polo. “A escolha pela UBS Industrial justifica-se pelo maior quantitativo de atendimentos de crianças com casos leves deste bairro no Pronto Atendimento Infantil (PAI). Todas as crianças poderão ser atendidas no Polo, porém a orientação é para que a população de outras regiões procure a Unidade de Saúde mais próxima de sua residência, que também conta com profissionais qualificados para o atendimento”, explica a diretora do Departamento de Atenção Primária, Regina Mendonça de Carvalho.

Horários do Polo

O atendimento no Polo de Atendimento Infantil será das 07h30 às 18h30, de segunda a sexta-feira. O atendimento será exclusivamente pediátrico, para crianças de 0 a 12 anos (11 meses e 29 dias). Casos leves serão atendidos no Polo (UBS Industrial), e casos moderados/graves deverão procurar o Pronto Atendimento Infantil (PAI).

Os pais devem procurar atendimento em casos de febre (tempera tura acima de 37,8C); baixa temperatura (menos do que 35,5C); secreção do ouvido; manchas na pele; constipação intestinal; dor abdominal recorrente; náuseas e vômitos; diarreia; pediculose (piolhos); tosse seca ou produtiva; dor leve de qualquer natureza; escabiose (sarna); recusa alimentar; prostração ou desidratação; perda de peso; fraqueza; sintomas gripais como coriza, dor de garganta; realização de testes de Covid-19; conjuntivite; sus peitas de dengue.

Sobrecarga também envolve sistema de saúde da capital e RMC

A sobrecarga no sistema de saúde não é um problema exclusivo de Araucária. Os principais hospitais de Curitiba e da região metropolitana e as unidades de pronto-atendimento também estão no limite de suas capacidades. Os motivos dessa variação sazonal são a dispara da do número de traumas, principalmente por acidentes, e o crescimento de problemas respiratórios pela alta de casos de Síndrome Aguda Respiratória Grave (SRAG) pelos vírus Influenza A, Influenza B e Covid, que aumentaram bastante nos últimos dias.   

O problema não se restringe apenas aos hospitais públicos, cuja maioria está com suas UTI’s lotadas. Unidades hospitalares que atendem particulares e planos de saúde também estão com sobrecarga no atendimento. 

Alguns estabelecimentos, como o Hospital Cajuru, já operam acima da capacidade. Em outros, como o Hospital Evangélico Mackenzie, o atendimento no pronto-socorro está restrito e não há uma vaga sequer nas UTIs. Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Prefeitura de Curitiba a pressão é ainda maior por causa das suspeitas de dengue. O movimento nos hospitais aumentou, em média, 30%, e nas UPAs, 25%. 

Para agravar ainda mais a situação, a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba confirmou que há um aumento de demanda e pressão no sistema causados pelos atendimentos de casos respiratórios, crises hipertensivas e de glicemia, e suspeita de dengue.