No final dos anos 30 os primeiros veículos de transporte coletivo começaram a rodar em Araucária com a chegada da Família Franceschi. Os primeiros chamados de Jardineiras, eram veículos com bancos de madeira e faziam a linha Centro/Estação e vice versa, com o passar dos anos, a procura pelos ônibus cresceu, pois Araucária ainda não dispunha de escolas para que os jovens continuassem seus estudos após o primário assim como muitas pessoas já estavam trabalhando em Curitiba e os horários dos trens nem sempre condiziam com os horários de escola e trabalho na capital. A frota de ônibus foi ampliada e começamos a ter maior movimento de veículos automotores em nossas estradas, apesar da década de 40 ter se iniciado com a sombra da II Guerra Mundial e a busca de combustíveis fossem um desafio a criatividade.
Ainda assim a busca pelos ônibus, trabalho, escola e passeio continuavam. Naquela época ficou definido que haveria um local específico para saída e chegada dos ônibus, assim sendo na Praça Dr. Vicente Machado primeiro em frente ao Bar do Bonin em seguida em frente ao Bar do Donato foi estabelecido que seria a Rodoviária de Araucária. E assim durante décadas na praça central, em frente ao antigo bar o movimento de chegada e saída dos ônibus era grande, começando na madrugada e terminando até meia noite.
Mas Araucária era e ainda é uma cidade em crescimento. Em 1976, um ano antes da inauguração da Refinaria da Petrobrás o então Prefeito Municipal Bel. José Tadeu Saliba (in memorian) inaugurou um novo e definitivo espaço para a Estação Rodoviária Municipal, desafogando assim o tráfego que vinha passando por um aumento crescente dia a dia. A nova Estação Rodoviária seguiria o mesmo padrão da Rodoviária de Curitiba. Teria além do atendimento aos passageiros e locais de embarque e desembarque, lojas, bancas, lanchonetes, banheiros e toda infra estrutura condizente aos bons serviços que seriam apresentados no local. No entanto, não foi exatamente o acontecido. Nos primeiros anos da nova rodoviária, houve instalação de lanchonetes, bancas, serviços de taxi, mas o movimento não era o esperado como na capital. Assim mesmo, alguns comércio que se estabeleceram ali marcaram o dia a dia dos seus frequentadores.
Um destes estabelecimentos a ocupar um dos box térreo foi a Lanchonete Mil Milhas. Localizada em frente ao terminal de embarque/desembarque, era frequentado por todos os que ficavam aguardando os ônibus, mas também entre seus fregueses estavam alunos, que já podiam contar com seus estudos dentro da cidade, mas eram moradores dos Bairros e cidades vizinhas, e, também havia aqueles que trabalhavam na própria rodoviária ou perto dela que faziam lanches ali, o primeiro andar passou a ser utilizado por Departamentos da Prefeitura Municipal, pois não havia comércios ali, assim foi, que os poucos estabelecimentos passaram a ocupar o andar térreo da Rodoviária.
A Lanchonete Mil Milhas talvez tenha sido o estabelecimento que mais tempo permaneceu na Estação Rodoviária, mas também mudou o endereço, seu proprietário inaugurou novo endereço deixando assim vazio um lugar que era bastante procurado. Atualmente não há comércios na Estação Rodoviária Municipal ou melhor no Terminal apesar de ser constantemente solicitado pelos usuários, que também já vem pedindo uma nova Rodoviária pois o movimento desde as décadas de 40, 70 e 80 aumentou muito assim como o número de ônibus e seus usuários, que ainda assim pedem uma nova Lanchonete.