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Padre André Marmilicz: Epifania - A manifestação da Luz

Depois da ressurreição, Jesus se manifestou diversas vezes e em diversas circunstâncias, como vivo e ressuscitado. No primeiro dia da semana, ou seja, no domingo, ele apareceu aos apóstolos reunidos no cenáculo. Eles se alegraram por verem o Senhor, mas, Tomé, que era um deles não estava presente. Quando retornou para casa, os demais, tomados de muita alegria, comunicaram para ele a presença de Jesus ressuscitado entre eles. Ele, então, duvidou e disse que só acreditaria se tocasse em seu lado e visse a marca de seus pregos. Exatamente uma semana depois, no domingo novamente ele lhes apareceu e Tomé, presente neste dia, proclamou a sua fé no Cristo vivo, dizendo: ‘Meu Senhor e meu Deus’.

O que chama a atenção é que Jesus ressuscitado aparece para os seus apóstolos no dia de domingo e, quando eles estão reunidos em comunidade. Tomé, que não estava presente, não fez a experiência do Cristo vivo, somente uma semana depois, quando também estava em comunidade com os demais. Essa passagem é muito emblemática, e, nos faz entender que domingo é o dia do Senhor e, todos os que querem segui-lo, devem estar nesse dia, em comunidade. Desde o início do cristianismo, os apóstolos, juntamente com os primeiros cristãos, se reuniam nesse dia para escutar a Palavra de Deus, para partilhar os bens, repartir o pão eucarístico e para rezar. O primeiro dia da semana ficou caracterizado como o dia do Senhor.

O cristianismo nasce como comunidade e, desde o batismo, o cristão torna-se filho de Deus e membro de uma comunidade de fé. Ou seja, os pais e padrinhos se comprometem em educar seu filho, seu afilhado, a viver com os demais irmãos, para rezar, partilhar o pão, escutar a palavra de Deus e para rezar. Muitos batizados, que não participam da comunidade, alegam dizendo que o importante é rezar, não importa onde e nem quando. É verdade, a oração pode ser individual, no quarto, no trabalho, enfim, em todos os lugares ela é sempre bem-vinda. Mas, a experiência do ressuscitado só pode ser possível, quando dois ou três estiverem reunidos no nome de Jesus. É ali que ele se manifesta e se apresenta como o Senhor da vida, nosso Senhor e nosso Deus.

A vida em comunidade nos torna irmãos uns dos outros e isso acontece todo final de semana, todo domingo, quando deixamos nossa casa e nos dirigimos até a Igreja para rezar, escutar a Palavra de Deus, receber a eucaristia e viver a experiência da partilha. E o melhor modo de partilhar, é através do dízimo consciente que nos torna membros pertencentes a uma comunidade de fé. Quando partilhamos, fazemos a experiência da pertença à Igreja e isso nos torna uma família, irmãos uns dos outros.

Muitas pessoas justificam a sua ausência no domingo na casa do Senhor, dizendo que o importante é rezar, não importa onde. Quem pensa e vive assim, não deixa de ter a sua razão, pois rezar sempre é bom, mas, sozinho ninguém consegue fazer a experiência do Cristo ressuscitado. Ele sempre apareceu para mais pessoas, que estavam reunidas. Vamos nós também renovar a nossa fé no Senhor da vida, que ressuscitou glorioso, participando todos os domingos da celebração em nossa comunidade. Porque o Cristo ressuscitado se manifesta todo domingo, em comunidade.

Edição n. 1358

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