Chão das salas de aula tem buracos e carteiras estão danificadas
É difícil imaginar que em algumas escolas, até as salas de aula são um local de perigo. Mas é com esta vergonhosa realidade que convivem os alunos do Colégio Estadual Lincoln Setembrino Coimbra, no Jardim Califórnia. Os pais, já cansados de tanto reclamar e pedir solução para as más condições em que se encontram algumas salas de aula existentes na escola, entraram em contato com a reportagem do Jornal O Popular.
Segundo eles, as instalações não são adequadas para as crianças estudarem e o governo do estado, em resposta aos vários pedidos que foram feitos pela própria direção da instituição, não tomou nenhuma providência concreta, apenas prometeu melhorias, que nunca chegaram.
“Nós estamos acompanhando o esforço da direção da escola em pedir que o governo construa novas salas de aula e que também amplie a escola, mas tem sido em vão. Como pais, queremos ajudar, mas estamos de mãos atadas”, reclamou Lucinéia Morandi, que tem dois filhos estudando no colégio. Ela disse ainda que os pais estão indignados com o descaso por parte do governo do estado.
Fátima Lemes da Silva, que também é mãe de aluno, reforçou que a escola está colecionando processos enviados à Secretaria de Educação do Estado pedindo providências. “São várias ações expondo o problema das salas de aula, que são precárias, e também da falta de vagas para atender tantos alunos da região”, comentou.
Conforme a direção do Colégio, a instituição possui apenas sete salas de aula, sendo quatro de madeira e nestas últimas é onde estaria o problema, pois a construção é bastante antiga e precisa urgentemente de uma nova estrutura. “A SEED já veio aqui, em solicitação aos nossos ofícios, inclusive enviou engenheiros, que atestaram que as salas de madeira estão sem condições de uso, mas só ficou nisso. Nenhuma ação concreta foi tomada pelo Estado. Enquanto isso, os pais ficam revoltados e têm toda razão em pedir providências”, disse a direção.
Pra piorar, o colégio tem uma fila de espera gigantesca de alunos que moram na região e gostariam de estudar próximo de suas casas, mas as vagas são poucas. “Temos salas com 40 alunos, onde caberiam apenas 32. Isso acaba dificultando o aprendizado das crianças”, reiterou a direção.
A APMF do Colégio Lincoln também se manifestou e falou que o Colégio está precisando urgente de uma reforma e que as salas de madeira estão caindo aos pedaços. “Os alunos merecem respeito”, comentou a APMF.
Em estudo
Sobre o problema, o Núcleo Regional de Educação (NRE) – Área Metropolitana Sul, responsável pelas escolas de Araucária, explicou que várias reuniões já foram mantidas com a Superintendência de Desenvolvimento Educacional – SUDE para discutir sobre o projeto de melhorias no Colégio Lincoln Setembrino Coimbra. “Na sexta-feira, dia 21, tivemos uma reunião na SUDE, e posso garantir que o projeto está caminhando e logo a escola terá suas salas novas. A proposta é demolir as salas de madeira e construir salas novas e também ampliar o número de salas. Ainda esta semana pretendemos ir até o Colégio Lincoln para tratar com a comunidade escolar sobre este assunto”, disse o chefe do NRE, Maurício Ferraz da Costa.
Ele concorda que o problema é urgente, mas diz que os trâmites legais demoram e é preciso ter um pouco de paciência.