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Foto: Divulgação

Depois de sair da sinagoga, onde Jesus expulsou o demônio possuído por um homem, ele volta para a casa de Pedro e André. É bem provável que Jesus tinha ali uma casa como referência, para realizar a sua missão. Cafarnaum ficava bem próxima das margens do lago da Galileia, onde ele anunciou o Reino de Deus durante três anos. Chegando na casa de Pedro, ele soube que a sogra estava com febre alta. Jesus então pegou a sua mão e ajudou a levantá-la e imediatamente a febre sumiu. O gesto amoroso de Jesus foi suficiente para que aquela mulher ficasse curada, colocando-se de pé e se dispondo em seguida a servir a todos que ali estavam presentes. Essa atitude demonstra claramente aquilo que é essencial numa pessoa que está com saúde: servir os irmãos. Doente, ela estava limitada, fragilizada, mas, no momento que a febre a deixou, ela colocou-se em pé para atender às necessidades daqueles que estavam ali presentes.

Em primeiro lugar, nós podemos perceber a atitude terna de Jesus que com um toque cura aquela mulher. É um gesto carregado de muito amor e compaixão, que transforma radicalmente a vida da pessoa. Logo depois, o Mestre curou muitas outras pessoas doentes, trazidas de diversos lugares da região. A imposição de suas mãos sobre os doentes, provocava nas pessoas uma nova vida, uma verdadeira libertação. Aprendemos com este gesto de Jesus, o quanto faz bem para alguém ser tratado com ternura, com respeito, com compaixão. Em segundo lugar, salta aos nossos olhos aquilo que acontece com a sogra de Pedro assim que é curada: coloca-se em pé para servir os presentes. A grande lição que recebemos é exatamente essa: quem está são, deve colocar sua vida a serviço dos outros. A vida só tem sentido e razão de ser quando colocada em prol dos outros. Uma vida fechada em si mesmo, apenas voltada para os seus próprios interesses, se esvazia e perde seu verdadeiro sentido.

Ao longo da sua missão, Jesus vai revelando o projeto do Reino de Deus, que consiste em ver todas as pessoas livres para amar e servir. A cura não tem um fim exclusivo somente para o benefício próprio, mas, na medida em que a pessoa está liberta, deve sair do seu próprio ego e fazer-se comunhão. Oxalá isso pudesse acontecer na vida de cada ser humano, livre para fazer o bem e colocar-se pronto a ajudar a quem mais precisa. A vida toda de Jesus esteve voltada para favorecer, reerguer, resgatar a dignidade daqueles mais sofridos e excluídos da sociedade. A pessoa curada torna-se discípula do Mestre, o segue e com ele aprende a grande lição da vida que consiste em gastar-se para ver o outro feliz. Como dizia São Paulo: ‘existe muito mais alegria em dar do que em receber’. O bem que fazemos para o outro, volta em bençãos, graças e realizações para aquele que efetuou tal gesto. É uma alegria que brota da missão, da doação, da entrega em prol do outro.

Num mundo tão egoísta, onde tantas pessoas pensam somente em levar vantagem e nos seus interesses pessoais, a boa nova do evangelho é um contraponto necessário e fundamental. Somente o coração que se abre para servir, de modo gratuito e alegre, faz a experiência da verdadeira felicidade. As marcas de amor que sobre a terra tenhamos deixado, será o nosso maior legado neste mundo. Aprendamos na escola do Mestre, que veio para servir e não para ser servido e dar a vida em resgate de muitos.

Edição n.º 1400

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