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De 36 inquéritos por estupro, 25 foram contra menores

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De 36 inquéritos por estupro, 25 foram contra menores

 

De acordo com a Delegacia da Mulher e do Adolescente de Araucária somente no ano passado foram instaurados 36 inquéritos por estupro. Destes, 25 procedimentos têm como vítimas menores de idade. A delegada Hastrit Greipel, comentou ainda que seguem em andamento cerca de 60 inquéritos pelo crime de estupro, contando outros instaurados em anos anteriores.

De acordo com a delegada, desse número total de processos abertos, a maioria envolve menores e as vítimas são igualmente do sexo feminino quanto masculino. “Nestes casos, geralmente o autor é identificado, pois normalmente é da família ou convive com a vítima”, disse Hastrit.

Sobre estes casos, o promotor Thiago Artigas Niclewicz explicou que a partir do momento em que o inquérito é repassado à promotoria, são realizadas oitivas especiais com psicólogo. “Também na delegacia é feito um atendimento diferenciado às crianças. Elas são ouvidas no Fórum somente uma vez por um profissional capacitado, para que não haja revitimização”, destacou a delegada.

O promotor confirmou que das características deste crime contra menores é que os autores geralmente são da família ou então vizinhos, de convivência frequente com a vítima. “O padrão observado é que em muitos dos casos, pessoas externas ao seio familiar acabam tendo acesso à criança e verificam algo de errado. Notam diferença de comportamento ou marcas no corpo e buscam um primeiro contato com a vítima, quando descobrem o que pode estar acontecendo”, relatou Thiago. É importante que adultos fiquem atentos à marcas no corpo das crianças, ou à parte genital avermelhada e até mesmo apresentando algum sintoma que indique um possível abuso.

Conforme explicou o promotor, denúncias podem ser feitas pelo Disque 100. “Recomendamos estas denúncias, que podem ser anônimas. O denunciante deve apresentar características para que a vítima e o suposto agressor sejam localizados. Com isso, é gerado um protocolo e disparado para diversos órgãos do Sistema de Justiça, entre eles o Ministério Público”, detalhou Thiago. Ele ainda comentou que quando há provas e elementos fortes do crime, a prisão pode ser logo decretada. Caso contrário, é analisada a versão da vítima, mesmo porque muitas das denúncias recebidas são falsas e este é um crime que estigmatiza o réu. “Devemos tomar todo o cuidado para saber o que de fato acontece ao redor desta criança ou adolescente”, declarou.

Quanto aos estupros contra mulheres adultas, ao contrário do que contra menores de idade, normalmente a autoria é desconhecida, conforme explicou a delegada. “Não há um perfil deste agressor. A mulher tem sido vítima em diversas situações. Por exemplo, quando está alcoolizada e não tem condições de decidir o que quer; em casa, quando o marido a obriga a manter relações sexuais; e até mesmo quando a vítima vai trabalhar de madrugada e é abordada nas ruas ou pontos de ônibus e levada à matagais onde o crime é efetivado”, descreveu.

Segundo Hastrit, a orientação é que a denúncia seja feita o mais rápido possível. “A vítima é encaminhada para fazer o retrato falado, que fica pronto em poucos dias. Com a imagem divulgada rapidamente, o autor pode ser logo encontrado e se outras mulheres já foram vítimas do mesmo homem, também conseguem reconhecê-lo”, disse a delegada, lembrando que ainda algumas vítimas não denunciam e preferem se calar.

Sobre isso, a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (COMDIM), Simone Vicenti, comentou que a função do órgão é fiscalizar e fomentar políticas públicas para a redução, e, até mesmo, a erradicação, dos crimes de estupro. “Uma das formas que o conselho age é realizando campanhas de sensibilização e prevenção, para que as mulheres saibam se proteger, conheçam seus direitos e saibam a quem recorrer”, afirmou.

Ainda, conforme disse Simone, é importante orientar tanto as meninas quanto os meninos para a mudança da cultura do estupro. “Vivemos em uma sociedade machista, precisamos trabalhar nos homens a mudança deste comportamento e explicar para a sociedade o que é, de fato, o consentimento”, enfatizou. De acordo com ela, muitas mulheres acham que porque estão casadas são obrigadas a ceder aos desejos do marido, mesmo quando elas não estão com vontade. “O Comdim tem um grande desafio de trabalhar com a base, ou seja, as crianças e os adolescentes, a forma como se relacionam com o ‘feminino, o respeito deve vir acima de tudo”, observou.

COMO DENUNCIAR

De 36 inquéritos por estupro, 25 foram contra menores

A vítima pode ir na Delegacia da Mulher e do Adolescente, que fica localizada na avenida Archelau de Almeida Torres, número 1181, no bairro Iguaçu. O telefone para contato é o 3552-2804 ou 3642-9018.

O Disque 100 também é uma forma de denunciar. Funciona 24h e diz respeito aos Direitos Humanos.

Suspeito pode estar em Araucária

A Delegacia da Mulher e do Adolescente de Araucária recebeu a informação da DM de Curitiba que um homem suspeito de ter cometido estupro na capital no fim do ano passado estaria na Região Metropolitana, podendo estar em Araucária.

O crime aconteceu no dia 15 de novembro na Vila Guaíra, próximo ao bairro Portão. O autor aparenta ter idade entre 20 e 30 anos e altura entre 1,70 e 1,75m. Não possui tatuagem aparente, barba e bigode por fazer, cabelos curtos e olhos castanhos. Ele usava um carro estilo hatch de cor branca quando estuprou a vítima, parecido com um Renault Clio.

A DM pede para que se alguém tiver informações sobre o paradeiro do homem entre em contato com a delegacia de Curitiba, pelo telefone 3219-8600 ou diretamente na sede, localizada na rua Padre Antonio, 33, no centro da cidade.

 

Fotos: Reprodução e divulgação

Publicado na edição 1100 – 15/02/2018