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João Batista apresenta Jesus como o Cordeiro de Deus, que veio ao mundo para perdoar os pecados e salvar a humanidade. Ele está numa posição parada e Jesus está em movimento, numa clara alusão que João já cumpriu sua missão e o Mestre, pelo contrário, começa a sua pregação em prol da construção do Reino de Deus. Ele é o cordeiro que será imolado, que dará sua vida pela salvação da humanidade. Nós, católicos, todas as vezes que nos aproximamos da Eucaristia, ouvimos estas palavras: ‘Felizes os convidados para a ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo’. Quando nós o recebemos, nós nos comprometemos também, a exemplo de Jesus, a dar a vida por nossos irmãos.

O centro da nossa fé é a eucaristia, como muito bem disse o nosso papa João Paulo II: ‘a eucaristia é a fonte da nossa vida cristã’. É ali que nós buscamos a força para a nossa vida espiritual, a fim de enfrentarmos os grandes desafios e adversidades da nossa existência. Não é algo mágico, mas nos impulsiona na luta, nos fortalece nas horas difíceis, nos anima nas adversidades e nos faz crer que para cada problema, existe sempre uma saída. Não existem problemas sem solução para quem crê e se sente animado pela presença do Senhor.

Assim como Jesus fortalecia a vida daqueles que o seguiam, através de suas palavras e ações, da sua presença física, sobretudo, no encontro com os mais sofredores e abandonados, hoje, a eucaristia, é essa certeza de que ele continua ao nosso lado, fortalecendo nossa existência. O cordeiro que se imolou, que morreu por nós por amor, continua a caminhar ao nosso lado, como um amigo que nunca nos abandona. Um amigo que sempre está pronto a nos socorrer, a nos animar, a levantar a nossa autoestima, tantas vezes diminuída pelas enormes dificuldades que a vida nos apresenta. Receber o cordeiro de Deus em nosso coração é também aprender dele que a vida só tem sentido quando imolada em prol dos irmãos. Quem comunga o seu corpo, mas, permanece fechado em seu egoísmo, em seu individualismo, em sua arrogância, prepotência, diminuindo e humilhando os outros, simplesmente não fez a experiência do encontro com ele. Não é algo mágico, automático, mas exige a nossa abertura para a mudança, para tomar novos rumos, sempre guiado pelos valores apresentados no evangelho. É fazer da nossa vida pessoal uma constante entrega, uma contínua doação, sempre pronto para ajudar, não importa a quem. É sair de si mesmo, daquilo que somente nos apraz, das nossas vantagens pessoais, e, estar sempre disposto a servir. Missão difícil e exigente essa que nos apresenta o Mestre, mas é o único caminho que nos realiza e plenifica. Todo o resto, são ilusões momentâneas de felicidade, mas, que logo se dissipam e se perdem como penas jogadas ao vento.

Jesus surge ao mundo como o Cordeiro de Deus, que vai ser imolado numa cruz, e, através deste gesto supremo de amor, salvar toda a humanidade. Toda sua vida foi uma constante saída de si mesmo, deixando de lado todos os seus desejos egoístas e mesquinhos, sempre pensando no outro, sobretudo, no outro mais sofrido e excluído. Com Jesus, o cordeiro de Deus, aprendemos que nossa vida só tem sentido profundo, quando colocada a serviço do outro, principalmente daquele mais pobre e abandonado, doente e sofredor. Comungar do seu pão é fazer a experiência de comunhão com o irmão, dando a ele o seu próprio tempo, a palavra de conforto e esperança, e, mais do que tudo, sendo solidário, através de ações concretas, com aquele que mais precisa da nossa ajuda.

Publicado na edição 1244 – 14/01/2021

O Cordeiro de Jesus
O Cordeiro de Jesus 1

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