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Foto: Gilson Abreu/AEN
Nova Ferroeste deve passar por Tietê Guajuvira, Lagoa Grande e Capinzal
Imagem traz possível traçado da nova Ferreoeste por Araucária

Os trilhos da Nova Ferroeste, que unirá duas potências do agronegócio mundial, Paraná e Mato Grosso do Sul, deve cortar quatro comunidades rurais de Araucária: Guajuvira, Lagoa Grande, Capinzal e Tietê.

O Governo do Paraná, inclusive, encaminhou recentemente ao Município ofício pedindo a colaboração das secretarias municipais de Urbanismo, Meio Ambiente Planejamento para que os estudos de viabilidade do projeto sejam realizados de maneira célere.

Tamanha preocupação para que o projeto não fique sobrestado em nenhum órgão, seja ele municipal, estadual ou federal, se justifica porque, depois de implementada, a Nova Ferroeste será o segundo maior corredor de transporte de grãos e contêineres do país.

Para se ter uma ideia da dimensão do projeto, a área de influência indireta da obra abrange 925 municípios de três países. São 773 do Brasil, 114 do Paraguai e 38 da Argentina. No Brasil, impacta diretamente 425 cidades do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, totalizando cerca de 9 milhões de pessoas. A área representa 3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Ao todo, a Nova Ferroeste deve ter 1.285 quilômetros de trilhos, partindo de Maracaju, no Mato Grosso do Sul, e chegando ao Porto do Paranaguá, no Paraná. Estão previstas também a instalação de até seis terminais de transbordo e de um ramal ligando Foz do Iguaçu a Cascavel, no Oeste do Estado.

Segundo apurado pelo O Popular, em Araucária não haverá terminais, apenas a linha férrea por onde passarão os trens. O traçado prevê que os trilhos percorram trechos sem muito adensamento populacional de nossa área rural. Porém, na região do Tietê é possível que ela corte a Estrada São Casemiro.

Nova Ferroeste deve passar por Tietê Guajuvira, Lagoa Grande e Capinzal
Linha amarela ilustra o caminho da linha ferrea pela região do Tietê

Detalhes sobre o início dessa obra, que deve custar algo em torno de R$ 20 bilhões, ainda não são conhecidos. Porém, o Governo do Paraná trabalha para concluir os estudos de viabilidade até setembro deste ano e os estudos de impacto ambiental até novembro. A intenção é colocar a ferrovia em leilão na Bolsa de Valores do Brasil (B3), com sede em São Paulo, logo depois disso. O consórcio que vencer a concorrência será também responsável pelas obras.

Depois de pronta, a Nova Ferroeste terá capacidade de transporte de 54 milhões de toneladas por ano, o que representa aproximadamente 2/3 da produção da região. 74% deste total seriam de cargas destinadas para a exportação.

Numa série de reportagens publicadas ao longo da última semana, a Agência Estadual de Notícias (AEN) também calculou o impacto da entrada em operação da Nova Ferroeste nas estradas paranaenses. Isto porque um trem com 100 vagões substitui 357 caminhões, com capacidade aproximada de 100 toneladas de carregamento. “É uma redução significativa na emissão de gases do efeito estufa. Não existe dúvida de que o trem é melhor ambientalmente do que um motor a combustão”, sintetizou à AEN o coordenador do Grupo de Trabalho Ferroviário do Estado do Paraná, Luiz Henrique Fagundes.

Texto: Waldiclei Barboza

Publicado na edição 1257 – 15/04/2021

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