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A pandemia provocada pelo coronavírus não afetou diretamente os trabalhos desenvolvidos pelos apenados em Araucária. São pessoas condenadas, encaminhadas pela Vara Criminal e pelo Juizado de Pequenas Causas, que estão cumprindo pena aplicável apenas em substituição às penas privativas de liberdade. Eles trabalham gratuitamente em escolas, ONGs, postos de saúde, hospitais, setores da Prefeitura e outras instituições, fazendo serviços de jardinagem, limpeza, manutenção, pintura, reparos elétricos, e outros.

Segundo o Conselho da Comunidade de Araucária (CCA), órgão que atua na fiscalização do cumprimento das penas alternativas e na ressocialização dos condenados, atualmente 75 pessoas cumprem penas alternativas em Araucária. “Eles nunca pararam de trabalhar, somente bem no início da pandemia, quando os decretos foram bastante restritivos, inclusive com toque de recolher. As escolas, por exemplo, estão sem alunos, mas funcionam normalmente, e eles cuidam da limpeza e manutenção dos espaços”, explicou o Conselho.

Projeto Atitude

Também sob responsabilidade do CCA, o Projeto Atitude, criado pelo Conselho da Comunidade de Araucária (CCA), em parceria com a Prefeitura Municipal, Vara Criminal e voluntários de Araucária, voltado aos homens autores de violência doméstica, enquadrados na Lei Maria da Penha, segue normalmente. Os encontros ficaram uns meses suspensos por conta da pandemia, mas foram retomados em março deste ano.

“A principal mudança foi no número de participantes, que antes era 20 e agora caiu pra 10, visando evitar aglomeração. Também adotamos um protocolo sanitário rígido, com uso de máscaras, álcool em gel e higienização das mãos”, salientou o Conselho.

Atualmente o projeto atende 50 homens e por conta da limitação de participantes, tem uma fila de espera de aproximadamente 240. “Temos três ciclos em andamento e dois que deverão começar em agosto”, acrescentou o Conselho.

Por meio de palestras, círculos de diálogo, dinâmicas e demais técnicas de grupos reflexivos, a proposta do Projeto Atitude é reduzir a taxa de registros e reincidência de crimes desta natureza no município, e também disseminar informações sobre a Lei Maria da Penha e serviços da rede de proteção e combate à violência contra a mulher.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1270 – 15/07/2021

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