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Escolas que retomaram as atividades estão seguindo à risca os protocolos de biossegurança. Foto: Marco Charneski
Das cinco escolas que deveriam ter retomado às aulas, duas aderiram à greve
Escolas que retomaram as atividades estão seguindo à risca os protocolos de biossegurança. Foto: Marco Charneski

O avanço da vacinação contra a Covid-19 no Brasil levou centenas de cidades a retomarem gradativamente as aulas presenciais. Mas, apesar de a Unicef, Unesco e a Organização Pan-Americana da Saúde – Opas lançarem um manifesto pedindo urgência nos esforços para a reabertura segura das escolas no País, muitos pais ainda têm dúvidas se devem ou não enviar seus filhos às escolas. O que eles precisam avaliar não é só a situação da pandemia e da vacinação no município, mas também a saúde mental da criança ou adolescente, que estão longe do convívio escolar e do convívio com os amigos há tanto tempo. Entretanto, não há decisão certa ou errada, o que existe é uma decisão que faz mais sentido para a família naquele momento.

Em Araucária, a rede municipal de ensino retomou as aulas presenciais para os oitavos e nonos anos nesta segunda-feira, 2 de agosto, em meio a uma “greve pela vida”, deflagrada pelo sindicato dos professores. Das cinco escolas que deveriam ter retomado as atividades, duas aderiram à greve: Irmã Elizabeth Werka e Juscelino Kubistchek. Nas escolas Balbina Pereira de Souza, Maria Aparecida Saliba Torres e Ibraim Antônio Mansur o retorno foi normal, dentro dos protocolos de biossegurança adotados.

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Um monitoramento inicial feito pela Secretaria Municipal de Educação (SMED) constatou que na Escola Ibrahim, onde há 197 alunos matriculados nos oitavos e nonos anos, apenas 38 optaram pelo retorno presencial, sendo que no dia 2 havia 31 deles em salas de aula e no dia 3 tinha 33 alunos na escola. Na Escola Balbina, de um total de 106 alunos de nonos e oitavos anos, 50 optaram pela volta, sendo que 30 destes compareceram às aulas nos dias 2 e 3. Já na Escola Maria Saliba, de um total de 151 alunos das turmas de oitavos e nonos anos, 78 optaram em voltar, com comparecimento de 26 deles nos dias 2 e 3.

A secretária de Educação, Adriana Palmieri, disse que apesar da baixa adesão por parte dos pais em enviar seus filhos à escola, o retorno nas unidades que estavam previstas foi tranquilo, conforme a organização e orientações determinadas pela secretaria. “Tivemos a questão da greve dos professores, porém não haverá retrocesso na decisão da SMED, já que o retorno escalonado e gradativo das atividades presenciais nas escolas municipais, está previsto em decreto municipal”, explicou.

Demais séries

Quanto ao retorno das demais séries na rede municipal de ensino, a SMED reafirmou que aguarda a entrega dos kits de higiene infanto-juvenil por parte da segunda empresa que venceu a licitação, já que a primeira teve problemas com o prazo de entrega e a Prefeitura cancelou o contrato. O prazo pra entrega é até 13 de agosto.

Adesão dentro do esperado

Das cinco escolas que deveriam ter retomado às aulas, duas aderiram à greve
Com as salas praticamente vazias, professores e alunos tentam se adaptar à nova realidade. Foto: Marco Charneski

Na escola Municipal Balbina, localizada no Campina da Barra, o diretor Fernando Joel Rodrigues comentou que o retorno dos alunos foi dentro do esperado. “Estamos seguindo todas as recomendações da SMED e da Saúde, com higienização, uso de máscaras, distanciamento, e os alunos estão obedecendo”, comentou. A escola tem duas turmas de oitavos anos e duas de nonos anos, totalizando 106 alunos, mas nesse retorno, a média de presença é de 9 alunos por turma. “Tivemos pouco mais de 50 pais que optaram em mandar os filhos à escola, uma adesão muito baixa, mas compreensível. Acredito que ainda estejam com receio, aguardando esse primeiro momento para ver se dará tudo certo. Todos os dias tem pais que nos procuram e pedem esclarecimentos. Eles também sabem que poderão optar pelo retorno a qualquer momento”, esclareceu o diretor.

Ele disse ainda que os professores continuam enviando atividades nos grupos e também impressas e atendendo em dias agendados, desde que não coincidam com o presencial na escola. “O que percebemos é que os alunos do ensino remoto têm muita dificuldade com as aulas e sentem falta do contato direto, mais pessoal com os professores, para tirar dúvidas e realizar as atividades. Os professores também se esforçam, fazem vídeo chamadas, algumas aulas pelo meet, mesmo assim há uma grande defasagem na aprendizagem, em grande parte deles. Embora a maioria dos professores ainda não tenha recebido as duas doses da vacina, consideram importante voltar”, reiterou Fernando.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1273 – 05/08/2021

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