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O que todo ser humano deseja e anseia na sua breve passagem por esta vida é ser feliz. Mas esta afirmação pode ser muito genérica e descaracterizada, pautada nas mais diversas respostas, porque para muitos, a felicidade é uma questão subjetiva. O que para mim pode ser motivo de alegria, para o outro simplesmente não diz nada. Aquilo que para mim é motivo de felicidade, nem sempre se reflete igualmente no outro. Mas, afinal, a felicidade então é uma percepção pessoal? É algo de cunho privado? Sinceramente, creio que existem características universais que apontam para o caminho da felicidade.

A alegria que se manifesta no semblante de uma pessoa feliz não é feita apenas de momentos. Como se existissem situações que fossem determinantes para ser feliz e outras, pelo contrário, nos conduzissem para a desgraça e a depressão! Creio firmemente que a felicidade está profundamente ligada com um jeito de ser e de conduzir a vida. Não existem lampejos, momentos excepcionais que determinam o andamento numa ou outra direção. Existe sim, um comportamento diário que nos conduz ou não para o caminho da felicidade.

O homem moderno é muito movido pelo externo, pela busca do sucesso, como se fosse essencial para sua realização como ser humano. É verdade, as conquistas nos fazem crer que somos capazes, que somos inteligentes, elevando assim a nossa auto-estima. Mas, por outro lado, os fracassos nem sempre são sinais de derrota, de desgraça e de infelicidade. Eles fazem parte do nosso cotidiano, e, simplesmente é impossível encontrar alguém que nunca tenha tido derrotas ou perdas em sua existência. E aí que está talvez o grande perigo: crer que não podemos errar e falhar porque isso poderia acarretar uma desistência da luta diária pela vida. Saber administrar as derrotas é o maior sucesso da vida.

A verdadeira felicidade, que gera a alegria de viver, brota do interior do ser humano, das suas decisões, do modo proativo de viver, de dar uma resposta pessoal e um jeito único de ser e de conduzir a sua vida. Estar sintonizado com o seu profundo faz toda a diferença, para transformar o limão em limonada e sempre achar uma razão, mesmo nas aparentes derrotas e adversidades. Infelizmente, as pessoas de modo geral têm medo de si mesmas, de um confronto com a sua realidade, com a sua história e vivem fugindo, buscando alguns devaneios externos, tais como prazeres, bebidas, poder, enfim, em coisas externas e superficiais. O encontro consigo mesmo e com a sua realidade pessoal, faz com que a pessoa encare a vida de frente, e não busque sempre culpados para seus fracassos e derrotas.

A busca da felicidade parte de si mesmo e se manifesta no encontro com o outro. É algo pessoal que se realiza no social. Ninguém é feliz sozinho, fechado em seu próprio mundo, mas, na medida em que deixa aflorar aquilo que é na alegria de servir. Decididamente, a felicidade não é consequência de um jeito egoísta ou individualista de encarar as coisas, mas sim, colocar o melhor de si mesmo, a serviço dos outros. Claro, não podemos ir para a batalha de modo aberto e desarmado, pois isso poderia acarretar um esgotamento, que nos levaria a perder as energias e, consequentemente, a abandonar a luta. Faz-se necessário esse cultivo pessoal, feito de momentos de silêncio para meditar, rezar, tomar decisões pessoais e sentir-se dono da sua própria existência. Sou eu que conduzo a minha vida, senão, ela poderá ser um verdadeiro desastre. A felicidade, bem mais do que momentos, é um jeito diário de ser, de viver, de decidir, sempre com a cara e o carimbo pessoal.

Publicado na edição 1242 – 10/12/2020

A busca da felicidade
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