Para nós, cristãos, a cruz é o símbolo máximo do amor de Jesus por cada um de nós, dando a vida para nos salvar. De fato, Deus tanto amou o mundo que enviou o seu Filho amado, que por imenso amor, morreu na cruz pela nossa salvação. A cruz é, portanto, a prova máxima de um Deus que ama sem limites e infinitamente. Na cruz está sintetizada toda a vida de Jesus, que foi cheia de bondade, ternura, misericórdia. Uma vida de serviço, de doação, toda ela voltada para as pessoas, sobretudo, para com aqueles mais sofridos e abandonados. Uma vida feita de solidariedade, de compaixão, de alguém que claramente veio para salvar e não para condenar. A vida de Jesus pode ser resumida em amor pleno e total pelos irmãos, de alguém que passou pelo mundo fazendo única e exclusivamente o bem.
Olhar para a cruz de Jesus, carregar esta cruz no peito, não é algo puramente devocional ou mágico. Olhar para a cruz de Jesus é um gesto de fé, de alguém que crê profundamente nele, isso significa buscar viver como ele viveu. Do contrário, torna-se apenas um gesto superficial e sem incidência na própria vida. Olhar para a cruz de Jesus é tentar entender o mistério do amor, de um amor que se doa, se entrega, se sacrifica, deixa de lado o seu egoísmo e individualismo, para estar sempre pronto a servir. Porque foi exatamente isso que Jesus fez durante a sua vida aqui na terra. Prova de amor maior não já do que dar a vida pelo irmão, é o que nós cantamos e repetimos seguidamente. Do contrário, poderemos ser apenas devotos, talvez movidos pelo sentimentalismo, mas, não verdadeiros seguidores do Mestre. Seguir Jesus é fazer da própria vida, uma entrega diária em prol do outro, daquele que precisa do nosso ouvido, das nossas palavras de conforto e de esperança.
Crer em Jesus é uma escolha diária que fazemos, na medida em que escolhemos fazer o bem ou o mal, ajudar a quem precisa ou ser indiferente, colocar a vida a serviço do próximo ou a pensar somente em si mesmo. Na medida em que praticamos bem, salvamos a nossa própria vida. Do contrário, quando fazemos o mal, estamos nos condenando. Não é Deus que nos condena, mas as nossas escolhas erradas. Quem crê firmemente em Jesus, procura diariamente fazer da sua vida uma oferta de amor a quem dela mais necessita. E como é bom fazer o bem! O mal que fazemos, volta em dobro para nós, mas , o bem que fazemos, retorna de igual maneira. Como dizia São Paulo: ‘existe muito mais alegria em dar do que em receber’. Como e bom e gratificante ver estampada no rosto do outro a alegria por algo que você pode fazer em prol dele. Oxalá todas as pessoas descobrissem a felicidade que está por detrás desta verdade. Com certeza, existiria muito menos ódio, egoísmo, individualismo e indiferença.
Na estrada da vida, o que nos rege e move são as nossas escolhas diárias. Quem olha para a cruz e crê em Jesus, e, faz da sua vida um seguimento a ele, buscará diariamente renovar o compromisso com o amor aos irmãos. Deixar de lado as vantagens próprias, apenas os interesses pessoais, deixar de ser narcisista, pensando somente em si mesmo, é o grande desafio do bem viver. O próprio Jesus nos afirma: quem quiser ganhar a sua vida sem mim, vai perdê-la; quem perder a sua vida por causa de mim vai ganhá-la.
Publicado na edição 1252 – 11/03/2021