Pesquisar
Close this search box.

A identidade do Deus Cristão

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

É normal afirmarmos que Deus é o mesmo, tanto para muçulmanos, como para os judeus, para os pagãos e para os cristãos. Sim, Deus é um só, mas qual é o Deus que nós acreditamos e seguimos? O Deus cristão é Trindade, e, é assim que ele se manifesta ao mundo. É um só Deus, mas em três pessoas, é um Deus comunhão, comunidade, que se relaciona entre si movido pelo amor infinito de uma pessoa pela outra. Na verdade, é um grande mistério, que só é compreensível de modo relacional. As três pessoas se relacionam entre si movidas pelo amor, que cria a unidade e gera a comunhão. Só onde reina o amor, o verdadeiro amor que é gratuidade, que é possível viver em união e em comunhão uns para com os outros.
Para nós, cristãos, Deus é um só, que existe desde sempre, mas, que foi se manifestando ao longo da história. Deus Pai criou o mundo, a sua sabedoria é que colocou tudo em ordem. Do caos, da confusão, ele colocou todas as coisas no seu devido lugar. Criou o céu, a terra, o firmamento, as águas, as pessoas, enfim, tudo o que se move e se rasteja de modo ordenado e definido. Tudo o que Ele criou, foi movido pelo amor pleno e total. Toda a obra da criação, é uma obra realizada por um amor imenso e infinito. Como diz o livro do Gênesis sobre a criação, após cada dia, Deus se sentia plenamente realizado, porque, tudo o que ele criou, era muito bom.
Deus Pai enviou o seu Filho para salvar o mundo, que havia se desviado do amor, do caminho do bem e da vida. Na pessoa de Jesus, Deus se manifesta plenamente amoroso, compassivo e misericordioso. Para conhecer o Pai, é preciso conhecer o Filho, que revelou de modo humano a sua verdadeira face. O Deus de Jesus só profere palavras de amor, gestos e ações de misericórdia e de compaixão. É totalmente descabido e fora do contexto, dizer que Deus tem o prazer de castigar as pessoas, ou, que agrada os bons e fere os maus. Jesus, com sua vida, pelo contrário, vai ao encontro dos pecadores, lhes oferece a salvação e o Deus que ele apresenta, faz festa quando alguém se arrepende e muda de vida. A glória de Deus, segundo Santo Irineu, se realiza plenamente no homem vivente, naquele que se levanta, se transforma e muda radicalmente de vida.
Deus Filho, antes de deixar esse mundo, promete aos apóstolos que lhes enviaria o Espírito Santo, que permaneceria entre eles para sempre, até o fim dos tempos. Jesus, o Deus Filho, revelou plenamente o projeto de Deus para a humanidade, e, aquilo que é necessário fazer para a construção do seu Reino. Mas é o Deus Espírito Santo que vai ensinar e recordar todas as coisas anunciadas pelo Filho. É Ele que continua soprando no meio da humanidade. É o mesmo Deus que um dia criou o mundo; é o mesmo Deus que andou aqui na terra entre nós e, que agora, permanece em nosso meio através do seu Espírito. E entre eles, entre as três pessoas, a relação se define numa palavra: agem movidos por um amor infinito e pleno, gerando a unidade que se transforma em comunhão, em comunidade. O nosso Deus é um Deus comunidade.
A festa da Trindade nos ensina a vivermos movidos pelo amor, para que reine entre nós a unidade, que nos torna irmãos, vivendo em comunidade. Só o amor une, aproxima, gera comunhão e fraternidade. A festa da Trindade é a festa do AMOR.

A identidade do Deus Cristão

Publicado na edição 1315 – 09/06/2022