A boa nova do evangelho de Jesus trouxe ao mundo um novo jeito de ser, de viver e de conduzir a vida. Realmente, podemos definir a realidade humana antes e depois de Cristo. Houve, com a vinda do Mestre, uma verdadeira mudança, uma revolução, baseada no amor. Um amor que prega o perdão, a reconciliação, a partilha, a solidariedade, a justiça, a igualdade, a paz, fazer o bem aos que vos odeiam e bendizer os que vos maldizem, rezar pelos que vos caluniam, enfim, um sair de si mesmo e compreender que a vida só tem sentido e razão de ser, quando colocada a serviço dos outros. O egoísmo destrói, afasta as pessoas entre si, cria divisão e, não realiza os desejos mais profundos do ser humano.
Diz Jesus; ‘façam aos outros aquilo que querem que eles façam a vocês’. É a famosa regra de ouro que conduz as pessoas a pensar no outro em primeiro lugar. Com a Regra de Ouro, Jesus nos ensina a nos colocar no lugar das demais pessoas. Se Ele espera que amemos ao próximo como a nós mesmos, então, antes que o orgulho, a vaidade, a preguiça, a raiva e o egoísmo me impeçam de ajudar alguém, eu sou chamado pelo Senhor a me colocar no lugar desta pessoa. Como eu gostaria de ser tratado ou ajudado se estivesse no lugar dela? Aqui está realmente a forma como devemos agir. Ao me amar eu conseguirei então me despir de mim mesmo em prol da outra pessoa. A regra de ouro também pode ser entendida de sua forma contrária: ‘não façam aos outros aquilo que não querem que eles façam a vocês’. Ao nos colocarmos no lugar da outra pessoa a partir do amor próprio, saberemos como não gostamos de ser tratados, do que não gostamos que façam a nós, então não agiremos assim com ela.
A regra de ouro é uma importante ferramenta de reflexão para conseguirmos entender e praticar os Mandamentos do Amor. Se não quero ser morto, roubado ou traído, então não matarei, roubarei ou trairei. Se eu quero uma mão estendida e uma ajuda ou um carinho ou palavras de consolo, então estenderei a mão, ajudarei, darei carinho e consolarei. O ensino do Senhor é muito atual e perfeito. Se todas as pessoas o conhecessem e praticassem, o mundo seria bem outro. É por isso que a proposta de Jesus é sempre exigente e, muitos preferem seguir pelas estradas do mundo e, não pelos caminhos de Deus.
Guiados por esta proposta do Mestre, podemos mudar nosso jeito de ser e nossos hábitos, e, seguir as suas pegadas. Ele sempre se colocou no lugar da outra pessoa, e, agiu pensando somente e unicamente no seu bem. No mundo em que vivemos, onde as pessoas pensam e agem muito a partir dos seus interesses, daquilo que lhes convém, lhes apraz e lhes traz vantagens, é um grande desafio pensar e agir a partir do outro. Somos muito inclinados a ver o mundo somente a partir da nossa ótica pessoal e quase que impor aos outros o nosso jeito de ser e de viver. Quando, pelo contrário, somos empáticos, saímos do nosso mundo e entramos na realidade do outro, a nossa vida se transforma.
São Francisco de Assis entoou o cântico da paz, que, com certeza, aprendeu na escola de Jesus. Para ser um instrumento de paz, vai dizer o santo, é preciso amar em vez de ser amado, perdoar em vez de ser perdoado, compreender em vez de ser compreendido, pois, é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoando e é morrendo que se vive para a vida eterna. Realmente, lindo e encantador aquilo que o santo de Assis propõe como um jeito de viver cristão. Que ele, fiel seguidor do evangelho de Jesus, nos ensine também a fazer da vida, uma verdadeira obra de amor, pensando e desejando unicamente o bem do nosso próximo.
Publicado na edição 1299 – 17/02/2022
