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É muito comum no nosso dia a dia encontrarmos pessoas que sempre culpam os outros, o meio ambiente, a família ou até a igreja, pelos seus fracassos e decepções ao longo da vida. Sempre existe um culpado para justificar um mau empreendimento, uma decisão errada, um casamento fracassado, um acidente provocado, uma briga desencadeada ou então uma mágoa profunda que destrói por dentro e não permite uma vida saudável. Parece que essas pessoas são incapazes de olhar para dentro de si mesmas e admitir, aceitar que muitas coisas vão mal não por causa dos outros, mas por culpa delas mesmas.

O ser humano pode encarar a vida a partir de uma ótica reativa, ou então, proativa, e isso faz toda a diferença no seu jeito de ser e de viver. Os reativos são aqueles que se habituaram a negar os seus erros, as suas falhas, agindo sempre no ataque, buscando culpados para justificar os seus fracassos e suas incapacidades de resolver os problemas. Existe um ditado que define estas pessoas: ‘a melhor defesa é o ataque’. Para se defender e não permitir questionamentos ou dúvidas a respeito de suas atitudes, estão sempre atacando, agredindo, julgando e condenando os outros. É um modo reativo de conduzir a vida, que não os permite avançar e crescer, amadurecer e se converter. E eu diria que infelizmente esse parece ser o modo comum e mais presente na nossa sociedade.

A pessoa proativa, pelo contrário, assume a vida nas suas próprias mãos e responde pelos seus atos. Toma iniciativa, busca sempre soluções e não vive reclamando dos outros como se fossem eternos empecilhos para a realização de seus projetos. Encontra dentro dela mesma a energia e a força necessária para buscar soluções e saídas para os diversos desafios que surgem no seu dia a dia. As pessoas proativas olham para frente, projetam a vida em cima de oportunidades, de sonhos, acreditando em si mesmas e nas suas próprias capacidades. Estão sempre em busca, não fazendo da vida um drama, mas fazendo de cada problema, uma nova possibilidade de crescer e avançar na vida.

São pessoas positivas, otimistas, mesmo diante de situações aparentemente complicadas e quase que irreversíveis. Sabem usar a mente para pensar, refletir, analisar e isso faz delas ativas e dinâmicas, encarando o futuro com coragem. Existe sempre uma saída para elas, mesmo quando tudo parece conspirar contra. Essa força interna não as permite sucumbir, ‘jogar a toalha’, como se diz na gíria, pois, por pior que seja o problema, a solução sempre é maior. Vislumbra a vida não a partir das dificuldades, mas das oportunidades. Nada acontece por acaso, mas, sempre tem uma lição a tirar e melhorar o jeito de viver. Essas pessoas transformam o meio que vivem, por causa do seu dinamismo, seu bom humor, a esperança estampada no rosto e nos seus gestos e atitudes.

A vida, no fundo, tem a cor que você pinta. Claro, naquilo que depende de você. Existem muitas coisas acontecendo no mundo que não dependem de nós, e, por mais que sejamos proativos, não teremos o poder de transformá-las. Mas, no dia a dia da vida, no mundo das relações, dos negócios, do inesperado, das adversidades, você pode decidir o que fazer e como agir. Como dizia Sartre: ‘não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com o que fizeram com você’. Você tem o poder de decidir, e isso é encantador. Não são os outros ou as circunstâncias que vão te fazer melhor ou pior, mas a sua livre decisão em dar uma resposta pessoal e responsável a tudo aquilo que acontece ao seu redor.

Publicado na edição 1234 – 15/10/2020

A vida tem a cor que você pinta
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