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Acadêmica araucariense de 52 anos comenta caso de etarismo em faculdade paulista

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O caso das três estudantes que gravaram um vídeo em que debocham e humilham a colega de classe Patrícia Linares, por ela ter 44 anos, acendeu uma discussão sobre etarismo (preconceito por idade). Elas cursam Biomedicina na faculdade privada Unisagrado, em Bauru (SP). O vídeo acabou viralizando e após a repercussão do caso, uma das alunas tentou se justificar, dizendo que foi uma fala imprudente e infeliz que tomou uma proporção que elas não imaginavam. As três universitárias foram acusadas de etarismo.

Em Araucária, duas importantes instituições de ensino superior repudiaram a atitude das estudantes. A Unifacear destacou que tem atualmente 424 alunos com mais de 40 anos matriculados em diversos cursos e a Faneesp tem 38% do seu quadro de estudantes com idade acima de 40 anos. Uma das acadêmicas da Unifacear que faz parte deste grupo é Beatriz Veridiana Furman, 52 anos, que está no 9º período do curso de Biomedicina. “Sou formada em Secretariado Executivo pela PUC/PR e em 2019 resolvi fazer graduação em Biomedicina devido ao vasto campo de especializações que oferece, e claro propiciar melhor atendimento aos meus pacientes (ela é massoterapeuta)”, conta.

Na turma de Beatriz, todos os colegas e professores são mais jovens, porém o preconceito nunca fez parte da sua vida acadêmica. “Lamento o episódio ocorrido na faculdade de São Paulo, acredito que essas alunas estão desinformadas, ninguém se aposenta com 40 anos de idade, a não ser por invalidez, e não existe aposentadoria para o saber e buscar conhecimento, seja ele onde for, desde que busque com responsabilidade e respeito. Já fui jovem e aprendi, graças ao Senhor Deus, que nunca podemos saber o dia de amanhã, como será nossa situação e de quem vamos precisar, jovem ou meia idade, todos temos alguma limitação, somos melhores em algumas coisas, menos em outras, todos temos história, temos bagagens boas e ruins, e que precisamos um dos outros, eu ajudo minhas colegas no que eu tenho de experiência e elas me ajudam também no que eu preciso. O importante é saber nos comunicar, procurar conhecer o próximo e sermos profissionais competentes, e na Biomedicina precisamos estar atentos e o máximo de cuidado é pouco, temos vidas em nossas mãos, não temos a chance de errar”, declara a estudante.

Beatriz também deixou uma mensagem para as pessoas com mais de 40 anos e pensam em entrar para uma faculdade. “Não importa o que digam, não importa o que pensem, porque o profissional digno e de sucesso é você quem faz, independentemente da idade. Siga em frente, a luta não é fácil pra ninguém, mas só chega à vitória quem enfrenta os obstáculos!”, aconselha.

Edição nº.1354