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Editorial: Transtornos passageiros, benefícios permanentes

Ao longo das últimas semanas, em pelo menos duas transmissões ao vivo realizadas por nossa equipe de jornalismo, fomos abordados de maneira não muito amistosa por familiares das vítimas dos eventos que estávamos cobrindo.
A abordagem dessas pessoas não foi adequada, mas como bem pontuou nosso repórter destacado para a pauta, é preciso também tentar entender o choque pelo qual passavam essas pessoas naquele momento.

É importante destacar também que O Popular recebeu apoio maciço das pessoas que acompanhavam a transmissão, que acertadamente pontuaram que exercíamos o papel essencial da imprensa.

Situações como as vividas ao longo das últimas semanas, no entanto, sempre são analisadas internamente por nossa equipe, de modo a amadurecer o modo como fazemos jornalismo.

Historicamente O Popular adequou sua cobertura jornalística. Deixamos, por exemplo, de estampar em nossas páginas imagens de conteúdo sensível em pautas policiais. E fizemos isso sem jamais deixar de noticiar o fato. Posteriormente, adequamos também a linguagem de nossas manchetes, de modo a diminuir o sensacionalismo dos termos empregados em nossas chamadas de capa. Abortamos também, já há vários anos, o que chamávamos de “Garota Pop”. Uma seção hoje entendida pela sociedade como desnecessária e inadequada e que tinha como único objeto expor a imagem de uma pessoa do sexo feminino vestindo pouca roupa.

Mais recentemente optamos também em não mais manchetar notícias de conteúdo violento. Não abandonamos, porém, a cobertura do setor policial, vez que ele é de fundamental importância para entendermos o que acontece em nossa cidade.

E dentro desse processo contínuo de amadurecimento e compreensão de nossa comunidade, optamos agora em não mais fazer transmissões ao vivo de locais de crime. Não deixaremos, obviamente, de noticiar com a maior agilidade possível essas ocorrências por meio de matérias em nosso site e, posteriormente, os desdobramentos desses ilícitos em nossa edição impressa.

Da mesma forma, procuraremos evitar transmissões ao vivo de acidentes de trânsito que não tenham impactado na fluidez do trânsito. Manteremos as entradas ao vivo somente de ocorrências que prejudiquem o tráfego de veículo e o faremos para – dentro de um serviço de utilidade pública – orientar as pessoas a evitar determinada região, buscar caminhos alternativos e coisas do gênero.

Essa atualização do modo como fazemos o jornalismo local profissional em Araucária tem como objetivo valorizar nossos leitores que buscam notícias que os ajudem a compreender Araucária. Valoriza também nossos anunciantes, que buscam agregar valor a suas marcas e negócios, sempre prezando por sua vinculação a fatos relevantes.

Uma boa leitura a todos!

Publicado na edição 1284 – 21/10/2021

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