Embora não seja hereditária, a ansiedade é sim um fator de risco para o suicídio, e não só para jovens, crianças ou adolescentes, é também para idosos. “O transtorno de ansiedade, inclusive o transtorno do pânico, é uma sensação de morte iminente, é um sofrimento muito grande e as pessoas às vezes não sabem como lidar com isso.
Mas novamente destacamos a importância da terapia e uso de medicamentos, que dependendo do caso, podem ajudar muito nesse processo de ansiedade. Não podemos nos esquecer ainda que outros transtornos psicológicos, como borderline, bipolaridade, esquizofrenia, podem desencadear uma propensão maior para o suicídio, e não apenas a depressão, como muita gente costuma falar”. Explica a psicóloga Angélica Krzyzanovski
Psiquiatria como suporte
Ainda há um tabu muito grande com relação à busca por um psiquiatra no tratamento dos transtornos. “Muitas pessoas têm a visão de que psiquiatra é coisa pra louco, que não é indicada pra ela, mas esquecem que os transtornos mentais são doenças como outras quaisquer. Quando temos pressão alta, é uma disfunção no organismo, no caso do transtorno mental, é uma disfunção dos neurotransmissores. A pessoa não se importa de tomar um remédio para diabetes, por exemplo, porque o corpo não produz insulina, mas se incomoda de tomar um antidepressivo se o cérebro não produz tanta serotonina. Nesse contexto, o Setembro Amarelo também contribui para ressaltar a necessidade de tratamento nos casos de transtornos mentais”, ilustra.
A psicóloga conclui, advertindo que quando falamos em comportamento suicida ou de ideação suicida, não abordamos apenas a tentativa em si de cometer o suicídio, é crucial ficarmos atentos aos comportamentos autolesivos. “Devemos observar mais de perto aquelas pessoas que se cortam, se arranham, se machucam ou até mesmo que negligenciam a própria saúde. Isso também pode estar relacionado, em alguns casos, a comportamentos e ideações suicidas”, afirma.
Edição n.º 1380