Em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira, 9 de fevereiro, o Sifar, que é o sindicato que representa funcionalismo do quadro geral do Município, decidiu suspender a greve que havia deflagrado na última segunda-feira (7).
Também na reunião, os sindicalizados aprovaram a proposta de tentar continuar as mobilizações nos locais de trabalho. “O estado de mobilização permanece para ampliarmos nossa força e nos organizar para as próximas paralisações”, informaram em nota.
Com o término da greve, a expectativa é que os servidores que aderiram ao movimento – em torno de 300 – retornem ao trabalho já a partir desta quarta-feira (10).
Apesar de não serem muitos, a paralisação gerou alguns transtornos à população de Araucária. Houve relatos de que pessoas que procuraram unidades básicas de saúde não conseguiram, por exemplo, tomar a vacina contra a Covid-19, já que determinado profissional teria aderido à greve. A situação nesses locais ficou um pouco mais complicada também porque estão sendo vários os afastamentos de servidores por contaminação pelo novo coronavírus.
Ilegal
Iniciada na segunda-feira, o movimento grevista levou um duro golpe já no final de semana. Isto porque a Justiça considerou o movimento ilegal e autorizou o desconto dos dias de trabalho daqueles profissionais que não comparecessem ao expediente. Mesmo sabendo da ilegalidade, o Sifar teimou em manter a paralisação enquanto recorria da decisão judicial. O pedido de reconsideração feito pela entidade, no entanto, não foi deferido neste primeiro momento pelo Tribunal de Justiça do Paraná, o que só jogou mais água fria no ânimo grevista.
O Sifar ainda sofreu outra derrota quando a Prefeitura conseguiu que a Justiça proibisse os grevistas de bloquear ruas e prédios públicos. O fato foi comunicado a direção do sindicato na terça-feira (8) e eles se obrigaram a desmontar a tenda que haviam instalado em frente ao Paço Municipal.
Ainda durante a paralisação, representantes do Sifar foram recebidos pela Prefeitura. Nessa reunião eles teriam pedido, entre outras coisas, que não houvesse o desconto dos dias parados. A administração municipal não concordou e comunicou que todos os que não foram trabalhar terão as faltas anotadas e os dias descontados.
Reivindicação
A greve deflagrada pelo Sifar é por reajuste salarial. O sindicato pede reajuste no vale alimentação dos atuais R$ 520,00 para R$ 800,00, a recomposição de 18% nos vencimentos do funcionalismo e mais aumento linear de R$ 500,00 incorporados aos salários.
Em março
De acordo com a Prefeitura, no momento, não é possível atender à reivindicação do Sifar. Afirmou, no entanto, que jamais encerrou as negociação, tanto é que uma reunião está agendada para a primeira quinzena de março. Nessa oportunidade a pauta da data-base será o tema da conversa. Também dentro dessa negociação uma reunião entre gestão e Sifar teria sido solicitada pelo Ministério Público do Trabalho. Ela deve acontecer na próxima semana.
Texto: Waldiclei Barboza
Publicado na edição 1298 – 10/02/2022