Araucária tem o maior pomar de ameixas do Brasil

Neto Gayer começou a trabalhar com fruticultura com seu falecido pai, Waldomiro Gayer. Foto: Marco Charneski
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Araucária tem o maior pomar de ameixas do Brasil
Neto Gayer começou a trabalhar com fruticultura com seu falecido pai, Waldomiro Gayer. Foto: Marco Charneski

Houve um tempo em que as várias propriedades rurais de Araucária destinadas a fruticultura faziam da cidade uma das maiores produtoras de pêssego e ameixa do Paraná e da região Sul do país.

A pujança dos pomares de Araucária fez com que, inclusive, tivéssemos por vários anos uma festa dedicada ao pêssego e também à ameixa, embora seu nome não estivesse no “letreiro” do evento.

Atualmente, porém, a soma do que produzimos em nossas terras não nos permite competir em quantidade com cidades gaúchas, de onde vem 65% do pêssego e 50% da ameixa consumidas no país. Isto, porém, não quer dizer que não tenhamos em Araucária motivos para nos orgulharmos quando falamos das frutas queridinhas do final do ano: a Fruticultura Gayer.

O know how da empresa no plantio de pêssego e ameixa foi construído ao longo de várias décadas. Waldomiro Gayer Neto, que está à frente da Fruticultura Gayer atualmente, conta que seu pai, Waldomiro Gayer, trouxe as primeiras mudas de pêssego para Araucária ainda na década de 1960. Elas vieram justamente do Rio Grande do Sul e aqui se adaptaram muito bem, tanto é que ao longo das próximas décadas a cidade se tornou uma das maiores produtoras da fruta da região Sul e do Brasil.

Ao longo de anos ajudando o pai no plantio de pêssego e outras frutas, Neto aprendeu a como gerir a propriedade, extraindo dela melhores resultados e sempre tentando reduzir as possibilidades de prejuízos. Ele conta que, infelizmente, viu a família perder colheitas inteiras por conta de chuvas de granizo.

Araucária tem o maior pomar de ameixas do Brasil
Depois de colhidas, frutas são separadas por tamanho e peso, embaladas e acondicionadas manualmente em câmaras frias. Foto: Marco Charneski

Após o falecimento do pai, Neto acabou assumindo a administração da propriedade e diversificou seu uso. Parte do imóvel é utilizada para o plantio de grãos e outra parte para o cultivo de pêssego e ameixa. Só para ameixa, por exemplo, são praticamente 30 hectares. “Não tenho conhecimento de algum produtor que tenha um pomar de ameixa tão grande. Nossa expectativa é colher ao longo dos próximos anos um milhão de quilos de ameixa por safra, o que deve ser a maior produção individual do país”, comenta.

Ao longo dos anos, ele profissionalizou a gestão do negócio, de modo a melhorar a qualidade da fruta colhida, sua seleção, acondicionamento, transporte e rastreio. “Hoje, todos os nossos pomares são georreferenciados. Conseguimos saber exatamente de quais pés foram colhidos uma fruta nossa que está sendo consumida lá em São Paulo, por exemplo”, explica. Recentemente, ele também investiu na colocação de uma espécie de manta que protege todos os pessegueiros e ameixeiras de uma eventual chuva de granizo. “Como sempre digo, isto aqui é uma indústria, só que é uma indústria a céu aberto, com toda a nossa produção exposta, então precisamos tomar esses cuidados”, pontuou.

A preocupação com a qualidade da fruta é uma constante para Neto Gayer. Em todos nos pomares, por exemplo, ficam espalhadas algumas armadilhas para identificar eventuais pragas que podem afetar as frutas. Essas armadilhas são analisadas periodicamente para entender a necessidade ou não de aplicação de algum tipo de defensivo, garantindo maior sustentabilidade ao negócio.

Araucária tem o maior pomar de ameixas do Brasil
Pomares de ameixa ocupam quase 30 hectares da propriedade da família em Araucária. Foto: Marco Charneski

A colheita das frutas, ao contrário dos grãos, é feita manualmente, o que faz com que quase 100 pessoas trabalhem nas plantações no período de colheita. Retiradas dos pés, pêssegos e ameixas são lavadas e classificados por tamanho e peso, encaixotados e armazenados em câmaras frias até que partam para o seu destino: o consumidor, que está em Araucária, Curitiba, mas também e principalmente em outros estados do país.

Texto: Waldiclei Barboza

Publicado na edição 1290 – 02/12/2021

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