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Araucariense relata como foi superar o câncer de próstata e viver uma vida normal
Foto: Divulgação

No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA). No Paraná, de acordo com o INCA, a incidência é de 62 casos por 100 mil habitantes. A maior incidência está entre homens com idades entre de 60 a 79 anos.

O câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens no Brasil, e o risco aumenta conforme a idade, principalmente após os 50 anos. Cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Os sintomas mais comuns são a dificuldade de urinar e presença de sangue na urina. O diagnóstico de câncer só é confirmado após uma biópsia.

Neste mês, a campanha Novembro Azul tem o objetivo de sensibilizar, informar, prevenir, diagnosticar, tratar e acompanhar os pacientes diagnosticados com o câncer de próstata, além de frear o preconceito em relação ao autocuidado e aos exames importantes que diagnosticam precocemente as doenças.

“Estou curado!”

Câncer de próstata é o tumor que afeta a próstata, glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis. Embora seja uma doença comum, por medo ou por desconhecimento muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto.

O empresário araucariense Osvaldo Karas é uma exceção à regra, ele faz questão de falar sobre o assunto e relatar sua própria experiência com a doença. Acostumado a fazer um check-up anual, em 2016, quando tinha 47 anos, o exame de sangue PSA, que detecta possíveis alterações na próstata, acusou algo diferente. “Levei os exames para um clínico geral de Araucária e ele disse que estava tudo certo e que era preciso repetir os exames só um ano depois. Porém, nesse meio tempo, eu já tinha agendado consulta com um especialista em Curitiba, e acabei levando os exames que havia feito. Ele então me disse que o PSA estava alterado. Prescreveu um tratamento à base de antibióticos, suspeitando de uma possível inflamação, e depois eu repetiria o PSA. Assim o fiz e levei para o médico o novo resultado, e novamente deu alteração na próstata, porém eu não tinha nenhum sintoma”, relata.

Osvaldo foi encaminhado para outro especialista, que também prescreveu antibióticos para depois repetir o exame PSA. Ele seguiu o tratamento à risca e retornou ao médico com o novo resultado. “O exame deu alterado de novo e ali comecei a ficar preocupado. Então o médico pediu uma biópsia e me encaminhou para outro especialista, que confirmou a necessidade de uma biópsia, já suspeitando de câncer de próstata. Ele disse que era necessário confirmar a doença e saber em que estágio estava. Por medo, não fiz a biópsia e procurei outro profissional da área. Ele analisou todos os exames, falei dos tratamentos que havia feito, e ele confirmou que havia a necessidade de uma biópsia. Dali em diante passei a pesquisar tudo sobre o câncer de próstata e vi que a cirurgia podia trazer algumas sequelas, como impotência sexual e incontinência urinária para o resto da vida. O medo tomou conta de mim, até que um amigo me indicou um especialista renomado no assunto Dr Francisco Pegoretto, que atendia em Curitiba. Quando ele viu meus exames, solicitou mais alguns e pediu uma biópsia. Falou que eu não podia ficar relutando e tentando me curar com medidas alternativas, isso porque eu havia comentado que estava fazendo hemoterapia, dieta de açúcar, que cheguei a tomar até creolina e fazia tudo que as pessoas diziam que era bom para o câncer da próstata. Então eu fiz a biópsia e deu grau 3 (vai até o 7). Eu ainda relutava em fazer a cirurgia, até que o Dr Francisco perguntou se eu era cristão e acreditava em Deus. Eu disse: ‘Claro que sim!’ Então ele falou: ‘As mãos ungidas para te curar são essas aqui!’ Mostrando as mãos ele declarou que elas iriam me salvar”, conta emocionado.\

Um filme passou na cabeça do empresário quando o médico disse que se ele tinha medo de ficar impotente ou com incontinência urinária por causa da cirurgia, que aproveitasse bem o tempo que lhe restava. “Segundo o médico, eu teria mais seis meses ou talvez um ano de vida, isso se eu conseguisse sobreviver, porque o próprio câncer ia me deixar impotente e em estado bem complicado. Daí a ficha caiu e pedi que marcasse a cirurgia”, conta.

Osvaldo fez a cirurgia e sua recuperação foi excelente, embora a nova biópsia havia confirmado a agressividade do câncer, que já estava no grau 5. “Me recuperei rapidamente e o médico surpreendeu bastante, disse que eu não precisava fazer quimioterapia ou radioterapia, mas que teria que fazer consultas e exames frequentes nos próximos cinco anos para ver se apresentaria recidiva do câncer. Graças a Deus isso não aconteceu e hoje são 8 anos que estou curado e sem nenhuma sequela da cirurgia!”, comemora o empresário, destacando o apoio fundamental que recebeu da esposa Raquel e dos filhos Lucas e Manu, durante todo tempo em que ficou em tratamento.

“Aconselho os homens a cuidarem da sua saúde. No meu caso, se não tivesse procurado o médico e feito todo o tratamento, mesmo após tanta relutância, teria perdido todas as coisas boas que a vida me proporcionou e ainda vai proporcionar. Deixe o preconceito de lado, porque quanto mais cedo o câncer de próstata for diagnosticado, maiores serão as chances de cura. E estou disponível se alguém quiser conversar comigo e tirar alguma dúvida, porque nada como o apoio de quem já passou por isso”, aconselha.

Edição n.º 1440.

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