Entre 1977 e meados da década de 90, Araucária via o dia 7 de setembro com mais orgulho e emoção. Afinal, o som do bumbo reunia milhares de pessoas na Avenida Dr. Victor do Amaral ansiosas para assistirem seus filhos e amigos desfilarem em comemoração à Independência. No entanto, esses encontros permaneceram somente na história da cidade-símbolo do Paraná, e hoje as instituições que desejam ensinar o civismo aos jovens precisam recorrer às cidades vizinhas como Curitiba, Contenda e Campo Largo.
Esse foi o caso de aproximadamente 65 crianças e adolescentes que pertencem aos três clubes de desbravadores de Araucária. “Os grupos de Campo Largo sempre participam de diversas atividades comunitárias junto à Prefeitura, então eles foram chamados para o desfile e nos convidaram para participar no dia 7 de setembro em um grande pelotão com direito a fanfarra”, conta Aline Oliveira, responsável pela instituição em Araucária.
Segundo ela, a oportunidade foi gratificante, e os desbravadores gostaram. “Participar do desfile faz parte das atividades cívicas do país e ainda ajuda a divulgar o trabalho que nós desenvolvemos com a juventude”, garante a araucariense, que também levou algumas crianças para o Desfile do Pinheirinho, no dia 30 de novembro.
História
Em Araucária, os desfiles eram comuns na década de 1940 e 1950, quando Rizio Wachowicz ainda era estudante. “Nós passávamos por apenas duas quadras e as autoridades ficavam em um pequeno tablado, mas o fato de ouvir aquelas batidas era algo muito marcante”, conta Rizio Wachowicz, que desfilou com seus colegas e professores entre os anos de 1948 e 1951.
Ainda que o evento fosse pequeno, a emoção de fazer parte dele nunca foi esquecida pelo araucariense. Por isso, ele decidiu reimplantar a atividade na cidade em 1977 durante seu segundo mandato como prefeito. “Nós fizemos uma bandeira e um hino para Araucária, colocamos uma bandeira nacional em cada sala de aula e passamos a realizar o desfile cívico”, recorda o ex-prefeito.
A iniciativa permaneceu viva durante anos, e muitos araucarienses tiveram a oportunidade de sentir, em uma versão muito maior, aquele mesmo sentimento que Rizio carregava no peito desde 1948. No entanto, a tradição foi perdida com o tempo e, enquanto as autoridades não se preocuparem em recuperá-la, o sentimento de amor pelo país continuará a diminuir.
Texto: Raquel Derevecki / FOTOS: DIVULGAÇÃO
